Nuvem de fumaça: qualidade do ar alcança nível crítico em Manaus

Fumaça cobre a cidade de Manaus (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)
Yana Lima – Da Revista Cenarium Amazônia

MANAUS – A qualidade do ar em Manaus atingiu o nível mais crítico, segundo índice do World Air Quality Index (Índice de Qualidade do Ar Mundial), da Agência Mundial de Proteção Ambiental. O nível “perigoso” ocorre quando o parâmetro ultrapassa 300. Na madrugada desta quinta-feira, 5, em Manaus, esse índice ultrapassou os 500 pontos, e gerou um alerta de saúde: “todos podem sofrer efeitos mais graves para a saúde e devem evitar todos os esforços ao ar livre”.

Na manhã desta quinta-feira, 5, segundo o mesmo índice, o ar está classificado como não saudável para grupos sensíveis. Crianças e adultos ativos, bem como pessoas com doenças respiratórias, como asma, devem limitar o esforço prolongado ao ar livre, conforme o alerta.

Índice de Qualidade do Ar Mundial é considerado “perigoso” a partir de 300; Manaus atingiu 573 na madrugada desta quinta-feira, 5.

O Índice de Qualidade do Ar Mundial é influenciado por uma combinação de fatores, incluindo a estiagem e os incêndios florestais que têm afetado a região.

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Pará

Outro estado da Amazônia que sofre com a fumaça é o Pará. Pelo quarto dia consecutivo, a região metropolitana de Belém amanheceu coberta por uma densa fumaça por conta de focos de incêndios na capital e municípios vizinhos.

Desde a noite de sábado, 30, a área do antigo lixão do Aurá, em Belém, está em chamas. Dois dias depois, outro lixão pegou fogo, o de Águas Lindas, em Ananindeua.

Em comunicado emitido na última terça-feira, 3, o Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA) e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil explicaram que a falta de chuvas e incêndios contribuem para a formação dessa “nuvem de fumaça”.

Repercussão nas redes sociais

A fumaça que tomou conta da cidade na noite dessa quarta-feira, 4, gerou grande preocupação entre os moradores da capital, levando muitos deles a compartilhar suas experiências nas redes sociais.

Vídeo postado pelo internauta @eunetolopz no X (antigo Twitter)
Em vídeo postado no X (antigo Twitter), a internauta @nayarararararra relata que às 23h, no bairro Dom Pedro, “cheiro insuportável de fumaça”

Nas postagens, os internautas relataram os efeitos que estão sentindo em suas casas, incluindo dificuldades respiratórias, olhos irritados e a sensação de estar vivendo sob um véu de fumaça.

Queimadas e incêndios

Os focos de calor registrados, somados às altas temperaturas causadas pelo agravamento do El Niño, dificultam a dispersão da fumaça no ar, fazendo com que ela se acumule sobre a cidade.

Segundo boletim do Comitê Intersetorial de Enfrentamento à Situação de Emergência Ambiental, do Governo do Amazonas, o estado já registrou 15.335 focos de calor de 1º de janeiro a 3 de outubro de 2023.

Os dados do Corpo de Bombeiros também apontam para 1.616 incêndios combatidos durante o período de 12 de julho a 3 de outubro, sendo 556 na capital e 1.060 no interior do estado. Segundo o documento, 12% dos focos de calor estão na região metropolitana (1.929 focos).

Fotos registradas em 7 de agosto e 7 de setembro de 2023; fumaça em Manaus intensificou. (Ívina Garcia/Revista Cenarium Amazônia)
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Riscos

Em reportagem publicada em setembro, a REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA alertava para os riscos da inalação de fumaça. O pneumologista David Luniere ressalta que a combinação de ar seco e a presença de poluentes na atmosfera pode causar irritação na mucosa respiratória, resultando em sintomas como tosse, dor no peito, sensação de falta de ar, chiado no peito, irritação na garganta e desconforto nos olhos, incluindo lacrimejamento, vermelhidão e coceira.

Para ajudar a minimizar os sintomas causados pela exposição à fumaça, especialistas recomendam a umidificação do ar em ambientes internos, o uso de nebulização ou lavagem nasal com soro fisiológico, o uso de máscaras ao sair de casa para evitar a inalação de poluentes e o uso regular de medicamentos para quem tem doenças respiratórias.

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