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Olheiros recebiam R$ 200 para avisar madeireiros sobre operações ambientais no Pará
Operação da PF desmobilizou quadrilha nesta quinta-feira, 4 (Reprodução/Ascom/PFPA)
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05 de outubro de 2023
Daleth Oliveira – Da Revista Cenarium Amazônia
BELÉM (PA) – A Polícia Federal (PF) cumpriu nove mandados de prisão preventiva e dez mandados de busca e apreensão na Operação Stang, realizada no município de Anapu, sudoeste do Pará, nesta quinta-feira, 5. A ação desmobilizou um grupo organizado de madeireiros que desmata a região e seus “olheiros”, usados para avisar sobre a chegada de fiscalização ambiental.
Durante a operação autorizada pela Justiça, os agentes apreenderam aparelhos celulares, documentos e oito armas de fogo com os investigados, sendo três pistolas, um revólver e quatro espingardas. Quatro carros também foram apreendidos sob suspeita de serem usados como meios para a realização dos crimes e encontram-se sob a custódia da PF.
Para a PF, a descapitalização dos itens de organizações criminosas é um método efetivo para reduzir seu poderio financeiro e, consequentemente, sua influência na região.
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A ação policial também foi autorizada a apreender até R$ 1 milhão de cada um dos 12 investigados. Três deles são suspeitos de desmatar a região sem autorização. Segundo a PF, os outros fazem parte de um esquema organizado para alertar sobre a chegada de operações ambientais.
Quatro alvos dos mandados de prisão foram conduzidos até a delegacia para prestarem depoimento. A PF informou que, em seguida, serão encaminhados ao presídio e ficarão à disposição da Justiça.
Os crimes apurados pela PF são: organização criminosa, desmatamento, receptação, dificultar fiscalização ambiental, ocultação de patrimônio e estelionato.
Pagamento de R$ 200
De acordo com a investigação, eram cobrados R$ 200 por membro para passar informações sobre movimentação de órgãos de fiscalização e policiais. Levantamento da PF aponta que o lucro mensal podia ultrapassar R$ 40 mil.
Avisados, os madeireiros escondiam toras de madeira e maquinários em dias de operações.
Crime é comum em Anapu
Altamente lucrativa na região, 50 árvores de ipê, cerradas, poderiam render cerca de R$ 1 milhão na exportação. Madeira de castanheiras – cujo corte é proibido, por estarem ameaçadas de extinção – e angelim-pedra também eram alvos dos criminosos.
A região de Anapu se tornou mundialmente conhecida pelo assassinato de Dorothy Mae Stang, em 2005, por madeireiros da região. Por isso, policiais nomearam de Stang a operação.
A irmã Dorothy, como era conhecida, foi morta com seis tiros, aos 73 anos, após receber ameaças por conta de sua atuação em conflitos agrários.
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