Operação Catrimani conclui primeira fase de apoio logístico na Terra Indígena Yanomami

Comando Operacional Conjunto Catrimani, composto por membros da Marinha do Brasil (MB), do Exército Brasileiro (EB) e da Força Aérea Brasileira (FAB) (Bianca Diniz/Revista Cenarium)
Bianca Diniz – Da Revista Cenarium

BOA VISTA (RR) – O Comando Operacional Conjunto Catrimani, composto por membros da Marinha do Brasil (MB), do Exército Brasileiro (EB) e da Força Aérea Brasileira (FAB), apresentou nesta terça-feira, 26, os resultados da primeira etapa das ações de apoio logístico na Terra Indígena Yanomami (TIY).

Durante a coletiva de imprensa, o Brigadeiro do Ar, Eduardo Miguel Soares, ressaltou a importância do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Casa de Governo para o êxito da operação. Soares detalhou o planejamento estratégico, a execução das operações e os resultados alcançados, compartilhando também imagens que evidenciaram a complexidade da missão.

Objetivos e desafios

A execução da Operação foi pautada pelo cumprimento da Portaria GM-MD nº 263 de 16 de janeiro de 2024, que estabeleceu o fornecimento temporário e emergencial de 15 mil cestas de alimentos na Terra Yanomami. No entanto, a execução foi marcada por uma série de desafios logísticos.

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Segundo Soares, a abrangência territorial representou um desafio sem precedentes, com 236 comunidades em uma área de 57.43 mil km², comparável à extensão do estado da Paraíba e aproximadamente três vezes o tamanho de Israel. “Superar as consideráveis distâncias sem recorrer ao transporte rodoviário ou fluvial foi o segundo obstáculo a ser vencido”, complementou.

Por fim, o terceiro desafio apontado foi o volume massivo de 330.000 kg de alimentos a serem entregues em apenas 75 dias, demandando uma média diária de distribuição de aproximadamente 4.400 kg. Essa meta se mostrou inviável para a entrega diária devido às dificuldades não esperadas.

Os aviões Amazonas C-105 e C-98 da FAB, juntamente com o Bandeirante C-95, foram essenciais para o transporte. Além disso, seis helicópteros foram mobilizados, fundamentais para a entrega em regiões de difícil acesso.

Colaboração

Durante a coletiva, o General de Exército e Comandante Militar da Amazônia, Ricardo Augusto Ferreira Costa Neves, ressaltou a importância da colaboração entre as instituições para o sucesso da operação, destacando que “a união foi fundamental para alcançar os objetivos”.

Para Neves, a resposta imediata às necessidades alimentares dos povos originários reflete o compromisso das Forças Armadas com a Nação brasileira e suas missões constitucionais, mostrando a importância da cooperação entre as instituições para garantir o bem-estar das comunidades indígenas na TI Yanomami.

Autonomia

O representante do Ministério dos Povos Indígenas, Marcos Vesolosquzki Kaingang, enfatizou à Revista Cenarium, a transição para a próxima fase da operação, que envolverá parcerias com empresas civis para garantir a continuidade da distribuição de alimentos, destacando a importância de preservar continuamente os modos de vida tradicionais das comunidades.

“Nosso objetivo não é apenas fornecer assistência imediata, mas também promover a autonomia e a resiliência das comunidades indígenas. É crucial que possamos apoiar essas comunidades para que possam produzir seus próprios alimentos, preservar sua cultura e tradições, e garantir seu bem-estar a longo prazo.” disse o representante.

Kaigang também destacou o papel da coordenação com autoridades locais e o compromisso do Ministério dos Povos Indígenas em garantir a segurança e usufruto exclusivo da terra para os povos indígenas do estado brasileiro.

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