Pazuello será investigado por mortes na crise de oxigênio em Manaus

Deputado Federal Eduardo Pazuello (Composição de Weslley Santos)
Karina Pinheiro – Da Revista Cenarium

MANAUS – O deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) será investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) pelas mortes causadas na crise de oxigênio em Manaus, ocorridas em janeiro de 2021. De acordo com informações da coluna Radar, da Revista Veja, a investigação foi entregue ao ministro Gilmar Mendes, que já é relator do inquérito que apura a negligência de Pazuello, Bolsonaro e outros bolsonaristas durante a pandemia de Covid-19.

O Ministério Público, em uma apuração, identificou que 31 pessoas morreram por falta de oxigênio em Manaus durante os dias 14 e 15 de janeiro de 2021, período em que o sistema de saúde colapsou. Um documento da Advocacia-Geral da União (AGU) admitiu que Pazuello sabia do “iminente colapso do sistema de saúde” dez dias antes da tragédia.

No dia 11 de fevereiro de 2021, o ministro da Saúde à época, Eduardo Pazuello, disse ao Senado que não foi avisado sobre um eventual colapso no fornecimento de oxigênio aos hospitais de Manaus (AM). Segundo ele, as informações que chegaram ao ministério diziam respeito a “dificuldades técnicas” na distribuição do produto, área que não seria de competência da União.

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Passados dez dias após o pico do colapso, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de inquérito policial para investigar eventual conduta criminosa do então ministro da Saúde.

Eduardo Pazuello no Senado Federal (Jefferson Rudy/Agência Senado)

Em meados de janeiro, o País já contabilizava 226.000 mortos e era o segundo do mundo, depois dos Estados Unidos, com o maior número de vítimas fatais pela Covid-19 em termos absolutos. O número subiu repentinamente impulsionado pela segunda onda da pandemia, que esgotou as reservas de oxigênio fornecido aos pacientes internados, principalmente no Amazonas. À época, a demanda diária no estado girava em torno de 76 mil m³ de oxigênio, sendo que as empresas fornecedoras não conseguiam produzir mais do que 28,2 mil m³.

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