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Pecuaristas são principais suspeitos de ataque a servidor da Funai baleado no Pará, aponta PF
Áreas de garimpo ilegal são desmobilizadas em São Félix do Xingu no Pará (Reprodução/PF-PA)
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05 de dezembro de 2023
Daleth Oliveira – Da Revista Cenarium Amazônia
BELÉM (PA) – A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar ataque contra agentes federais que atuam na retirada de invasores da Terra Indígena (TI) Apyterewa. O superintendente regional da PF do Pará, José Roberto Peres, afirmou na tarde desta terça-feira, 5, que os suspeitos são “grandes exploradores da terra indígena, incluindo garimpeiros, madeireiros e pecuaristas“.
“No caso da TI Apyterewa, os principais suspeitos são criadores de gado. Estima-se que no começo da operação de desintrusão havia naquela terra 60 mil ‘cabeças’ de gado em terras e pastos ilegais“, informou o superintendente da PF-PA.
A equipe foi surpreendida na noite de segunda-feira, 4, por três emboscadas, em pontos diferentes, quando voltavam do trabalho na TI. Por volta das 19h, os criminosos dispararam tiros contra duas viaturas da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O governo federal se pronunciou por meio de nota, afirmando que o ataque não foi um caso isolado, e que agentes federais têm “enfrentado emboscadas e sabotagens recorrentes por parte dos invasores“. Em outubro, uma equipe da Funai e Ministério do Trabalho também foram alvos de disparos, diz o comunicado.
“Na noite do dia 31 de outubro, véspera do prazo final para desocupação voluntária, a placa recém-instalada, que identificava a TI Apyterewa, foi alvejada por tiros e, posteriormente, removida em uma clara tentativa de intimidação do processo de desintrusão“, relembra a nota.
Ainda de acordo com o governo federal, “invasores têm empregado técnicas de sabotagem, incluindo destruição de mais de vinte pontes no interior e na proximidade da terra indígena, derrubada de árvores nas estradas e utilização de pregos para danificar viaturas, intensificando o risco de acidentes”.
Ministério acompanha
Durante participação da Conferência da ONU sobre o Clima, a COP28, em Dubai, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, falou sobre a emboscada sofrida pela força-tarefa. Ela garantiu que apesar do ataque, a Funai vai continuar acompanhando a operação de retirada dos invasores da TI.
“O Ministério dos Povos Indígenas coordena essa operação no território indígena Apyterewa, no Estado do Pará, do povo Parakanã, que é um povo de recente contato. E estamos nessa coordenação junto com a Secretaria-Geral da Presidência. Nossa equipe do ministério segue lá acompanhando essas operações“, declarou a ministra.
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