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PIB de Rondônia tem expectativa de alta neste ano, analisam economistas
Gráfico mostra crescimento. (Reprodução/Agência de Notícias da Indústria)
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02 de novembro de 2023
Daniela Castelo Branco – Da Revista Cenarium Amazônia
PORTO VELHO (RO) – Com uma ascensão de números positivos mostrados nos últimos dados oficiais em relação ao crescimento econômico de Rondônia, divulgados por institutos de pesquisa, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), especialistas econômicos esperam que a tendência desse aumento se mantenha para o ano de 2023, baseados em fatores como geração de emprego, número de habitantes, melhoria na distribuição de renda e investimentos econômicos no Estado.
De acordo com dados do IBGE, referentes a 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) — soma de todas as riquezas produzidas em um determinado período — de Rondônia gerava em torno de R$ 51,6 bilhões, equivalente a uma média de R$ 28.722,45 por habitante. No primeiro ano da pandemia de Covid-19, o PIB per capita do Estado foi de aproximadamente R$ 29 mil. Desta forma, espera-se, de fato, que o PIB per capita de Rondônia em 2022 tenha superado os R$ 30 mil.
A expectativa é que esse aumento se mantenha neste ano e que o Estado figure possivelmente no 3º ou 4º lugar com maior crescimento no seu PIB. Neste cenário, os primeiros números analisados se referem ao desemprego. Na terça-feira, 31, o IBGE divulgou que Rondônia saiu da posição de quinto Estado com menor taxa de desocupação, para o Estado com menor taxa de desemprego no Brasil.
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Desemprego x crescimento do PIB
A relação com a geração de emprego também é evidenciada pelo professor de economia da Unir, Jonas Cardoso, que explica que o crescimento no volume de emprego eleva a renda da população e, consequentemente, há aumento do consumo, tanto de produtos locais como de produtos de outras regiões.
“Em termos macroeconômicos, acredito que o Estado terá um crescimento maior do que no ano passado devido à análise da taxa de desemprego, que no Estado está em 2,4%. Ou seja, há uma forte atividade econômica que resultará em mais produção nos setores primário, secundário e terciário”, ressaltou Cardoso.
Enquanto o valor do PIB estadual se refere ao resultado do valor total da produção econômica da Unidade da Federação, o PIB per capita corresponde a esse valor total da produção econômica do Estado, dividido pelo número de habitantes. Logo, o PIB per capita também acaba apresentando um aumento em consequência disso. No entanto, de acordo com o economista Weyder Pego, esse aumento não significa distribuição adequada de renda.
“O nosso Estado vai crescer, mas para que esse crescimento seja sentido por todos, é importante que exista uma boa distribuição de renda. Certamente a geração de emprego pode transferir parte desse crescimento, investimentos feitos no Estado podem também potencializar o crescimento da renda recebida e não somente do PIB per capita. Isso certamente significa crescimento e prosperidade para o nosso Estado”, afirmou Pego.
Segundo o Governo de Rondônia, o crescimento do PIB per capita do Estado significa dizer que ele é um ótimo lugar para o investimento e instalação de negócios.
“Seguimos comprometidos com a missão de promover uma gestão cada vez mais responsável com a entrega de políticas públicas, que resultem em ações e serviços que beneficiem a população. Nosso Estado é composto por pessoas que querem aproveitar aquilo que Rondônia tem para dar: oportunidade. Com isso e somando a uma gestão responsável, iremos avançar ainda mais no desenvolvimento”, ressaltou o governador de Rondônia, Marcos Rocha.
Rondônia se destaca também por ser um grande produtor de alimentos, como grãos, milho, café e soja, além de ser um grande fornecedor de proteína, com uma grande força no rebanho bovino e na piscicultura, tendo a produção do “tambaqui”, peixe nativo da Amazônia, com grande destaque internacional. A atuação no agronegócio é um grande impulsionador do crescimento econômico para o Estado.
O economista Otacílio Moreira ressalta que a expansão do rebanho bovino cresceu de 14 milhões de cabeças para 17,7 milhões, entre 2020 e 2022. A mesma tendência se observa com a expansão na produção de soja, milho e com o crescimento da produção de algodão, cultura recente que vem ganhando espaço no Estado. Mesmo diante dos números, o especialista ainda ressalta a necessidade de mais investimentos no setor agropecuário.
“De toda forma, Rondônia possui uma boa estrutura econômica, contudo, precisa avançar em suas cadeias produtivas, de forma a ampliar o número de atores produtivos, sobretudo, novos atores para complementar nossas cadeias, dando como exemplo a implementação de um polo coureiro-calçadista para aproveitar as peles de couro de nossa pecuária de corte, com quase 18 milhões de cabeças”, destacou Moreira.
Outro ponto a ser observado é que, diferentemente da maioria dos estados da Região Norte, Rondônia tem sua estrutura econômica pulverizada entre vários municípios, com destaque para Vilhena, Cacoal, Ariquemes, Ji Paraná, Jaru, Ouro Preto do Oeste, entre outros ao longo da Rodovia BR-364, e fora do eixo da BR, com destaque para Rolim de Moura. Ou seja, a economia do Estado não está concentrada apenas na capital Porto Velho, mas está disseminada em vários municípios, cada um com características econômicas próprias.
Características regionais
Olhando para os números anteriores, o economista Silvio Persivo estima que tenha havido um crescimento em torno de 4% no PIB do Estado. Já em relação ao PIB per capita, o especialista aponta um crescimento de cerca de 9% devido à retração econômica causada pela pandemia em 2020. Ele explica, no entanto, que mesmo com o aumento no PIB, falta política que contribua para o crescimento econômico, levando em conta as especificidades regionais dos estados do Norte.
“Rondônia cresce, apesar do descaso que há com a Amazônia. Não existe uma política de desenvolvimento regional e, até mesmo num momento como o atual, quando se discute a reforma tributária, não se leva em conta as disparidades regionais. De forma que os interesses do Estado são sempre postergados. Basta ver o estado da BR-364 e a falta de conclusão da BR-319. Então, continuamos a ser otimistas e a crescer por necessidade de sobrevivência”, concluiu Persivo.
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