Povo Tembé perde mais um indígena assassinado a tiros no interior do Pará

Lideranças indígenas pediram investigação sobre o caso (Reprodução/Midia India)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – O povo Tembé perdeu, nesta terça-feira, 2, mais um indígena assassinado a tiros no interior do Pará. O guarda municipal Didi Tembé foi morto em Capitão Poço, há cerca de 222 quilômetros da capital, Belém. Há menos de um mês, o jovem líder indígena Isac Tembé também foi a óbito após ser baleado por policiais militares no interior do Estado paraense.

Didi era servidor do município de Ourém, e chegaria ao município vizinho nesta terça. Testemunhas afirmam que o indígena foi seguido pelos suspeitos enquanto dirigia uma moto. Já nas proximidades de Capitão Poço, o guarda municipal ainda testou fugir, mas foi executado com um tiro na cabeça, em plena luz do dia.

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Ainda não há informações sobre as causas do crime. Nas redes sociais, lideranças e ativistas indígenas lamentaram a morte do Tembém e pediram esclarecimentos sobre o caso. A coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sônia Guajajara, afirmou que a entidade irá acompanhar as investigações sobre o assassinato.

“É mais um crime brutal contra indígena em Capitão Poço e a Justiça do Estado brasileiro precisa investigar mais esse crime cruel. O sangue do nosso povo Tembé é mais uma vez derramado. Vamos acompanhar mais esse caso brutal de assassinato e saber mais informações sobre esses crimes bárbaros que estão acontecendo em Capitão Poço contra os nossos irmãos Tembé”, afirmou Sônia Guajajara.

Isac Tembé

A morte de Didi ocorre há menos de um mês do assassinato de Isac Tembé, de 24 anos. O jovem líder indígena morreu na noite de 12 de fevereiro deste ano, após ser baleado por policiais militares. O caso gerou revolta na comunidade, que denuncia excesso de autoridade por parte dos PMs.

Veja também: ‘Mataram seu corpo e tentam matar sua memória’, diz povo Tembé sobre morte de jovem líder indígena

Em nota de repúdio contra a versão dos policiais, a Associação Indígena Tembé , das aldeias Tawari e Zawaruhu, exigiu perícia no local da morte e afirmou que o território Tembé sofre com invasões e ataques por parte de exploradores ilegais de madeira ou de fazendeiros.

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