Carolina Givoni – Da Revista Cenarium
MANAUS – Medidas e consequências sobre a reabertura do comércio, na flexibilização do isolamento social, foram debatidas entre os prefeitos de Manaus, Arthur Virgílio Neto e o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro. Ambos participaram na noite de sábado, 30, de uma entrevista para a rede CNN Brasil.
A capital amazonense deve reabrir a economia a partir desta segunda-feira, 1º, enquanto a catarinense já reabriu o comércio há cerca de um mês. Arthur diz ainda estar apreensivo e que ficará triste com as consequências de uma possível nova onda de infectados.
“Vou ficar muito triste, pois as consequências serão hospitais lotados outra vez. Vamos retroceder um ponto que já havíamos superado na capital. E no interior, estamos em pleno enfrentamento do drama da contaminação. As pessoas têm morrido por lá mesmo, ou são transportadas em voos para morrer aqui ou não. Ainda tem os índios, que me importam muito”, ponderou Neto.
Gean Loureiro diz que a capital catarinense estudou o comportamento do Covid-19 antes mesmo da cidade ser afetada, fator que foi favorável a estabilidade de casos. “Fomos a primeira capital do País a tomar as medidas de isolamento social. Também projetamos uma análise da curva de contaminação progressiva e trabalhamos para criar as internações clínicas no mesmo período. Além disso, criamos canais de atendimento para evitar que as pessoas fossem presencialmente para as unidades de saúde, testando mais precocemente o maior número possível de pessoas”, explicou.
Dois “Brasis”
Os entrevistadores questionaram os prefeitos sobre os impactos da falta de recursos financeiros e má gestão nas conduções da crise do novo Coronavírus, mencionando as diferenças entre Manaus e Florianópolis.
Arthur declarou que os “sucessivos governos enfraqueceram a Secretaria Estadual de Saúde (Saúde), inclusive com casos de corrupção ao lembrar da operação Maus Caminhos, da Policia Federal.
“Com isso, o interior está fraco, não tem defesa. Eu não abriria mão de ser manauara nunca, mas se eu pudesse transformar Manaus em Florianópolis eu adoraria, pois teria muito mais condições de lutar do que tenho hoje. São dois ‘Brasis’ muito diferentes”, ressaltou.
Por sua vez, Loureiro afirmou que Florianópolis conseguiu, com recursos próprios, abarcar as atividades para prevenção contra o Covid-19, e por ter essa verba, a gestão teria que se dedicar mais do que as cidades que não possuíam recursos.
“Não aguardamos nem governo federal, nem estadual. A prefeitura usou recursos próprios para enfrentar uma batalha. Nosso trabalho de flexibilização não pode ser sem controle. É assim que trabalhamos aqui. Uso da ciência e da técnica, preservando vidas. Flexibilizando, mas se voltar a crescer os casos, agimos”, finalizou Gean.
Compartilhe:
Comentários