Próximo ao fim do mandato, Governo Bolsonaro exonera diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques. (Valter Campanato/ Agência Brasil) Local: Brasília-DF
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi exonerado do cargo, conforme portaria publicada nesta terça-feira, 20, no Diário Oficial da União (DOU), assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Ele se tornou réu, no mês passado, por improbidade administrativa, após ser acusado de uso indevido do cargo que ocupava.

A exoneração acontece a 11 dias do fim do governo de Jair Bolsonaro (PL), após o presidente não conseguir se reeleger. A portaria diz apenas que Vasques foi dispensado da função. Em dispensas e exonerações de outros funcionários da administração pública publicadas nesta terça-feira, 20, há a informação de que a saída foi “a pedido”, o que não consta no caso de Vasques.

Trecho da portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU). (Reprodução)

No mês passado, o juiz José Arthur Diniz Borges, da 8ª Vara Federal do Rio de Janeiro, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), contra Vasques, por uso indevido do cargo ao pedir votos para a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

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Desde o começo das eleições, Silvinei fez postagens em redes sociais com mensagens de cunho eleitoral e chegou a pedir explicitamente voto para o então candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), fato que gerou repercussão nas redes sociais. Durante a campanha, o agora ex-diretor-geral da PRF publicou uma mensagem no Instagram com pedido de voto ao presidente, na forma de stories.

Bloqueios

Silvinei Vasques também é investigado pela Polícia Federal (PF) devido a blitze realizadas nas eleições, quando policiais rodoviários federais pararam veículos de eleitores. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia vetado a ação no dia do pleito para não comprometer o processo. Mesmo assim, policiais rodoviários federais executaram as ações ilegais sob orientação de ofício expedido pelo diretor-geral da corporação, segundo informações.

As ações, realizadas em diversas estradas, contaram com maior atuação no Nordeste, região em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve mais votos.

Em vídeos que circularam no dia das eleições, eleitores nordestinos em transporte público se queixaram de que não conseguiram chegar aos locais de votação. Após a repercussão de imagens que mostram agentes impedindo o trânsito de eleitores, o termo “Deixem o Nordeste Votar” ficou em primeiro lugar entre os assuntos mais comentados no Twitter.

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