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Quadrinista conta a saga dos japoneses de Vila Amazônia no formato mangá
O quadrinista se inspirou na história dos imigrantes pioneiros que vieram do Japão para um projeto agrícola na Amazônia brasileira (Reprodução/Arquivo Pessoal)
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27 de dezembro de 2022
Mencius Melo – Da Revista Cenarium
MANAUS – Contar a saga dos imigrantes japoneses que vieram para a Amazônia nos anos 1930 para o desenvolvimento de um projeto agrícola no formato de mangá. Essa é a proposta de “Koutakusseis – A Saga na Vila Amazônia” (Ed.Independente, 32 pág.) do quadrinista Marlon Brandão. O mangá será lançado no final de janeiro, simultaneamente, em Manaus e Parintins, com locais ainda a serem definidos pelo artista e sua produção.
De acordo com Marlon Brandão à REVISTA CENARIUM, o trabalho foi inspirado pela história dos japoneses que vieram para um mundo completamente desconhecido para eles e suas relações de aproximação com os povos amazônicos. “Resolvi fazer uma mescla para assim contar a história em quadrinhos, desde o Japão feudal até a Segunda Guerra Mundial, e daí em diante mostrar ao público o intercâmbio cultural entre os caboclos, com seus mitos e lendas da Amazônia e os japoneses com suas tradições milenares “, contou.
Ainda segundo Marlon, a ideia de roteiro também foi criação dele. “No roteiro criado escrito por mim, na edição de número 1°, os personagens principais são o professor Ryo Mizuno ,Hakira e Saiury, e minha inspiração para criá-los foi mesmo no cotidiano da cultura nipônica, com seus traços milenares”, detalhou. “No decorrer da história, o professor Ryo Mizuno é um amigo bem próximo ao imperador da época, Hirohito, e tudo se desenrola em uma das maiores universidades do Japão, de agronomia, precisamente em Tokio“, explicou o quadrinista.
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Trocas
Para Marlon Brandão, a proximidade com o universo místico de Parintins pode ter gerado trocas culturais. “Parintins, desde antigamente, na época da Segunda Guerra Mundial, como contam muitos avós, já era cheia de mistérios e, até onde sabemos, Garantido e Caprichoso já dançavam pelas ruas ao clarão do luar e das lamparinas. Não duvido muito que até os guerreiros da Juta, chamados de Koutakusseis, não fizeram parte do nosso grande universo folclórico e também repassaram muitos conhecimentos da terra do sol nascente aos caboclos“, ponderou.
Feliz pela conquista, o artista comentou sua obra. “Sempre fiz minhas HQs, primeiro, de forma independente, e a primeira publicação foi em 2017, com ‘Os Titãs da Amazônia’, com o título “Água, o combustível do povo Arara”. O trabalho foi vendido nas escolas de Parintins a alunos de todas as faixas etárias e, desde lá, consegui o que eu achava impossível, que era ganhar apoio na pandemia, pela Lei Aldir Blanc, quando lancei os gibis de Garantido e Caprichoso, ambos com a história de seus criadores Lindolfo Monteverde e Rock Cid”, relembrou.
Marlon adianta mais sobre “Koutakusseis…”. “As artes são em preto e branco, bem estilo nankin nipônico, e o mangá será também traduzido para o japonês, a partir da segunda tiragem, pois já entrei em contato com professoras japonesas que irão fazer a tradução”, revelou. Para 2023, outro projeto já está no forno. “‘Força Extrema – Ameaça Viral’ será uma HQ com heróis e heroínas brasileiras de vários autores de quadrinhos do Brasil. A história será contada na Amazônia e em Manaus, na época da pandemia, e em algumas aldeias indígenas do Xingu”, finalizou .
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