Quarteto vendia atestados, certidões de óbito e remédios abortivos via delivery em Manaus

Atestados médicos, certidões de óbito e carimbos foram apresentados pela PC-AM (Composição de Paulo Dutra/Revista Cenarium)
Karina Pinheiro – Da Revista Cenarium

MANAUS (AM) – A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) informou, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 25, que o quarteto suspeito de falsificar e vender atestados médicos falsos em Manaus também era responsável por emitir e falsificar certidões de óbito e vender remédios para aborto. O grupo foi preso na última sexta-feira, 22.

As investigações começaram há cerca de 15 dias após identificação de perfis nas redes sociais, onde era anunciada a venda ilegal. As entregas às pessoas que solicitavam os serviços eram feitas via delivery, por meio de motoristas e motociclistas de aplicativo.

“As investigações preliminares que fizemos consta que não há a participação de nenhum desses médicos no esquema criminoso. A quadrilha acabava realizando pesquisas em relação aos médicos nas unidades de sáude e mandava confeccionar esses carimbos para fins de utilizar a falsificação desses documentos”, disse o titular do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), Cícero Túlio, que atuou nas prisões.

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O delegado Cícero Túlio (microfone) durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 25 (Karina Pinheiro/Revista Cenarium)

Ainda segundo o delegado, há indícios de contatos da quadrilha com servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O desdobramento ainda está sob investigação da PC-AM. A líder do grupo já foi presa por fraude e recebimento de parcelas do Auxílio Brasil.

Com a prisão, a mulher identificada apenas pelo nome de Kerolin delatou os outros integrantes do grupo e informou o local onde a polícia poderia encontrar os blocos de atestados em branco, carimbos e papéis timbrados utilizados nas falsificações.

Carimbos utilizados nos atestados (Karina Pinheiro/Revista Cenarium)
Prisão

Na última sexta-feira, a polícia interceptou a entrega de uma certidão de óbito que foi negociada por uma integrante do grupo criminoso. Os investigadores montaram vigilância para acompanhar o repasse do documento em um local citado por um denunciante, onde um motoboy foi abordado no momento da entrega. Ao ser questionado, o homem disse onde pegou o documento falsificado e também levou os policiais até aos demais integrantes do grupo.

De acordo com as informações da PC-AM, a quadrilha tabelava os atestados de acordo com a quantidade de dias que as pessoas pediam. “Atestado de um dia, eles vendiam pelo valor aproximado de R$ 50 a R$ 70; de dois dias, eles vendiam no valor de R$ 80 e assim sucessivamente”, explicou o titular do 1º DIP.

Certidões de óbito também eram emitidas pela quadrilha (Karina Pinheiro/Revista Cenarium)

Ao menos sete registros médicos eram utilizados nas falsificações e encontrados nos carimbos apreendidos pela Polícia Civil. A investigação mostrou que, até o momento, não houve envolvimento de nenhum médico no esquema.

Além dos atestados, os integrantes da quadrilha também estão envolvidos na operação de um sistema de venda de medicações para realização de abortos. “A quadrilha além de operar o sistema, também realizava assessoria virtual, no momento em que as pessoas estavam realizando esses abortos”, disse Cícero Túlio.

Veja vídeo das provas apresentados pela PC-AM:
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Editado por Adrisa De Góes
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