‘Queda de braço’ entre Centrão e militares por espaços no governo domina as redes

As redes sociais também comentam a disputa entre militares e centrão pelo controle de espaços no governo federal (Reprodução/Internet)

Via Brasília – Da Cenarium

Fundão incomoda

Instituto de pesquisa de inteligência e estratégia em mídias digitais, que monitora os movimentos na web e envia relatórios periódicos à coluna Via Brasília, aponta que a sinalização do presidente Jair Bolsonaro de que aprovará um fundo eleitoral de R$ 4 bilhões ainda repercute nas redes.

Na sua bolha, bolsonaristas seguem replicando a justificativa de que Bolsonaro poderá incorrer em “crime de responsabilidade”, caso vete a medida. Na sua trincheira, a oposição divulga o discurso de que não existe qualquer obrigação de duplicar o fundo, apenas ajustar pela inflação. Narrativas à parte, a desculpa presidencial convence a 37% dos internautas, enquanto que as menções negativas seguem com tendência de alta: 63% reprovaram a duplicação do fundão, que em 2020 foi de R$ 1,7 bilhão.

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Centrão vitorioso

As redes também comentam disputa entre militares e centrão pelo controle de espaços no governo. Um dos pontos de descontentamento da ala militar governista seria a ascensão do senador Ciro Nogueira (PP-SE). Mesmo com mídia noticiando a tentativa do general Luís Eduardo Ramos de resistir à substituição por Nogueira, a queda de braço foi vencida pelo centrão, já que a posse do senador na Casa Civil deve ocorrer nesta quarta-feira, 28.

Enquanto os governistas acusam a mídia de criar fake news para enfraquecer o governo, opositores já previram que as tentativas do general seriam inglórias. Como Bolsonaro tem muito mais a ganhar com a aliança com o centrão do que com militares, analistas anteveem que a ala fardada poderá mostrar maior descontentamento e aprofundar disputa por poder com Centrão.

Desgaste militar

Os internautas também reagiram à fala de Bolsonaro sobre vice, Hamilton Mourão, dizendo que vice “atrapalha um pouco, mas tem que aturar”. Opositores provocaram o orgulho do general e o incitaram a apoiar o impeachment do presidente.

Neste tema, silêncio dos aliados do governo. Mas um fato já é cristalino nas redes, avaliam os pesquisadores: os ataques do próprio governo aos militares reforçam o declínio da instituição, que sofre desgastes devido à participação no governo e em supostas suspeitas de corrupção. Mourão não é o primeiro general respeitado nas Forças Armadas a ser submetido a situações de humilhação por Bolsonaro. Ao não arredar pé no apoio ao governo, os militares demonstram que há tempos deixaram de se importar com a própria imagem.

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