Valor fixo do ICMS dos combustíveis é aprovado, mas Bolsonaro quer vender Petrobras

Bolsonaro, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira. (Divulgação)

Via Brasília – Da Cenarium

Plano B

A fala de Jair Bolsonaro sobre privatização da Petrobras é um Plano B do presidente para tentar descolar o desgaste político que vem sofrendo com os aumentos sucessivos dos combustíveis. Com a aprovação do projeto que altera o ICMS no setor, bem como a previsão de que o texto deve andar no Senado, Bolsonaro ficará sem o seu bode expiatório, que é colar o problema da alta dos preços nos governadores. Isso porque os reajustes têm tudo para continuar com o cenário internacional desfavorável ao Brasil.

Culpa

O próprio Bolsonaro disse, em entrevista a uma rádio de Brasília, que não pode “melhor direcionar os preços” e que, mesmo assim, a culpa dos aumentos recai sobre ele. Ou seja, sem poder interferir na estatal e nos preços e, mais tarde, provavelmente sem o discurso contra os governadores, o presidente prefere privatizar a empresa para transferir o problema à iniciativa privada, bem ao estilo Bolsonaro. Porém, as chances de se concluir um processo desses um ano antes da eleição são baixíssimas, avaliam lideranças políticas.

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Vitória de Lira

Há que se reconhecer. Numa semana curta e morna, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) teve uma importante vitória ao conseguir emplacar a aprovação do PLP 11/20, que fixa os valores do ICMS dos combustíveis. A estratégia de Lira deu certo após ele chamar a oposição para conversar e convencê-los de que o texto contemplava bandeiras históricas do bloco. A oposição sustentou que era contra o projeto, mas que votou a favor por considerar que a medida teria efeito prático, mas mínimo, sobre a bomba.

Celeridade

Lira disse acreditar que o Senado vai ter sensibilidade para discutir o tema até com mais profundidade. De fato, a Casa deve ir além da regulamentação da cobrança do ICMS sobre o preço dos combustíveis. Seu presidente, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) deixou claro que há vários fatores que influenciam a alta dos preços e chegou a falar que a Petrobras tem um papel social a cumprir. O presidente do Senado não entrou em detalhes e disse apenas que vai dar celeridade ao projeto.

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