Isolado pelas grandes democracias, Bolsonaro busca aproximação com líderes da extrema-direita

Encontro de Bolsonaro com Putin vira centro das atenções mundiais. (Divulgação)

Via Brasília – Da Revista Cenarium

Rússia alto risco

Apesar das notícias do aumento crescente das tensões entre a Rússia e a Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro confirmou sua viagem a Moscou. Integrante da comitiva disse à coluna Via Brasília que o ponto alto será o encontro entre Bolsonaro e o presidente Vladimir Putin, na próxima quarta-feira, 16/2. Diz a fonte que a ala mais racional do governo teme que a visita a Putin passe uma mensagem de apoio do Brasil à Rússia, na crise que opõe o país aos Estados Unidos e países europeus, parceiros comerciais importantes. Num momento em que a entrada na OCDE e um acordo com a União Europeia estão em curso.

Agenda

Além de afagar o líder de uma das maiores autocracias mundiais, o governo também espera fechar acordos no campo militar e no abastecimento de fertilizantes, uma vez que há uma escassez do produto no mercado internacional que pode afetar a agricultura brasileira. Bolsonaro busca fidelizar, com isso, o apoio do agronegócio. Não custa lembrar que com a interferência russa e seus hackers o ex-presidente Donald Trump montou uma potente guerrilha nas redes e superou Hilary Clinton nas eleições presidenciais americanas em 2016. Mal nas pesquisas, fácil inferir Bolsonaro, mais uma vez, venha a seguir os passos do ídolo.

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”Valores ultraconservadores”

A segunda parada da viagem de Bolsonaro à Europa será para aprofundar seus “valores ultraconservadores” na Hungria. O país não tem qualquer importância comercial com o Brasil, mas, para o presidente, vale tudo para animar sua seita radical. A comitiva será recebida pelo primeiro-ministro Viktor Orban, símbolo da extrema-direita que se mantém há 10 anos no poder. Bolsonaro vai aproveitar para saber como Orban conseguiu controlar a imprensa, Judiciário, Parlamento e as universidades, sonho dourado do ocupante do Planalto.

Aras inativo

Tudo indica que a equipe do procurador-geral Augusto Aras seguirá a mesma toada até aqui, sem nenhuma proatividade também nas eleições de 2022. Na Procuradoria junto ao TSE, a intenção é esperar ser provocada pelos partidos políticos para responder e agir mediante pedidos, avaliando caso a caso. Ainda que, em todas as campanhas, atos de campanha antecipada sejam corriqueiros e gerem punições brandas, como o pagamento de multas, já surge uma avalanche de ações contra Bolsonaro no TSE.

Inflação e eleição

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto atualizou a expectativa de a inflação chegar ao seu pico. Segundo ele, isso deve ocorrer em abril ou maio. O primeiro turno da eleição está marcado para 2 de outubro. Considerando que a inflação comece a cair em abril, na melhor das hipóteses, o que importa para o eleitor é a sensação de perda do poder aquisitivo, que deve ainda permanecer por algum tempo. Ou seja, há o risco de a queda da inflação ainda não ser sentida pelo eleitor durante o pleito. Nos últimos 12 meses, o IPCA alcançou 10,38% em janeiro.

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