Ribeirinhos denunciam ataques de ‘Piratas dos rios’ em comunidades do Amazonas

Materias apreendidos em posse de "piratas dos rios" (Divulgação/PM-AM)
Isabella Rabelo – Da Revista Cenarium

MANAUS (AM) – Residentes das comunidades de Bela Vista, Fortaleza e Canaã, em Coari (distante 363 quilômetros de Manaus), relataram ataques de criminosos conhecidos como “piratas dos rios”. As investidas teriam acontecido por volta das 13h dessa quarta-feira, 24, nas dependências do Rio Copeá, nas proximidades do município.

Segundo nota divulgada pela Polícia Militar do Amazonas (PM-AM), os agentes foram até um flutuante na Comunidade Nova Esperança, apontado como possível esconderijo dos responsáveis pelos ataques aos ribeirinhos, e capturaram três homens que mergulharam na água após perceberem a aproximação.

Os criminosos, de 19, 31 e 53 anos, foram detidos por posse irregular de arma de fogo, posse ilegal de munição e receptação e organização criminosa. Quando indagados a respeito dos ataques, informaram possuir armas escondidas em uma área de mata, além de uma lancha em um lago próximo à comunidade.

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Esconderijo de armas em meio à mata foi encontrado pela polícia (Divulgação/PM-AM)

No local apontado, a polícia encontrou quatro armas de longo alcance, sendo duas espingardas, uma submetralhadora e uma arma de fabricação caseira, além de carregadores e munições. Dada a voz de prisão, o trio foi encaminhado para a Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Coari.

Organização Criminosa

Os criminosos conhecidos popularmente como “piratas” possuem um longo histórico de investidas às embarcações que passam pelos rios da Amazônia, tendo como principal foco os rios Solimões e Amazonas. 

Em artigo publicado na Revista Caribenha de Ciências Sociais, o pós-doutor em geografia humana Kristian Queiroz definiu o grupo como “bandidos das águas, onde as leis da sociedade são pouco empregadas em função da ausência de agentes e representações jurídicas”

Segundo o autor, os piratas atuam com o objetivo de roubar embarcações e cometer crimes associados como sequestro, homicídio, estupro e formação de quadrilha. O artigo, denominado “A pirataria fluvial no Amazonas”, aponta a vulnerabilidade destes territórios e a negligência das instituições estatais frente à problemática.

A Polícia Militar orienta a população que informe imediatamente ao tomar conhecimento de qualquer ação criminosa, por meio do disque denúncia 181 ou pelo 190.

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