Servidores e indígenas comemoram ‘retomada’ da Funai com Joenia Wapichana como presidente

Estiveram presentes no evento a nova ministra de Povos Indígenas, Sonia Guajajara, o cacique Raoni e a deputada federal eleita Célia Xakriabá (Reprodução/ Twitter)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – Indígenas e servidores da antiga Fundação Nacional do Índio (Funai) — agora Fundação Nacional dos Povos Indígenas — comemoraram nesta segunda-feira, 2, na sede do órgão, em Brasília, o que chamam de “retomada” da política indigenista na instituição com a nomeação de Joênia Wapichana como presidente.

Estiveram presentes no evento a nova ministra de Povos Indígenas, Sonia Guajajara, o cacique Raoni e a deputada federal eleita Célia Xakriabá.

Servidores e indígenas reunidos na Funai, em Brasília. (Reprodução/ Twitter)

A Medida Provisória Nº 1.154, publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta segunda-feira, 2, alterou a denominação da Funai. O órgão será presidido pela primeira vez por uma indígena, a ex-deputada federal Joênia Wapichana. Até as eleições de 2022, ela era a única mulher indígena eleita no Congresso, e apenas a segunda representação indígena na história do Parlamento brasileiro.

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Na cerimônia não oficial, Wapichana disse que considera a Funai um desafio, mas que a defesa dos direitos indígenas não é algo novo para ela. “Eu fiquei pensando por uns três dias [depois de receber o convite]. ‘Nossa, a Funai é um desafio’. Eu conheço a história da Funai. Para mim não é novo. Eu venho de Roraima e acompanhei a demarcação de terras indígenas, participei de muitas demarcações“, disse.

Veja a chegada de Joênia Wapichana na Funai:

Chegada de Joênia Wapichana na Funai. (Reprodução/ Twitter)

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que depois de quatro anos de “perseguição” da Funai a quem fazia oposição ao governo federal, agora os indígenas assumem um lugar de poder. “Nós agora retomamos o nosso lugar, o nosso lugar para cuidar do nosso povo. Nós sabemos que são muitos os desafios“, disse Guajajara.

A ministra ainda chamou de resistência a luta dos povos indígenas contra a violação dos direitos. “Quantos e quantos anos a gente fazendo essa resistência, essa luta, contra toda essa violência e violação dos nossos direitos, que mesmo escrito na Constituição nunca foram realmente respeitados“, falou também.

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Indígenas participam da ‘retomada’ de instituições indigenistas. (Reprodução/ Twitter)

Nomeação de indígenas

Inicialmente, o nome de Wapichana estava cotado para assumir o Ministério dos Povos Indígenas junto com Sonia Guajajara e o vereador pelo município de Caucaia, no Ceará, Weibe Tapeba. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu pela indicação de Guajajara para a pasta, e Joênia aceitou o convite para assumir a Funai.

Ao anunciar os últimos ministros na semana passada, Lula garantiu que além da Funai, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) também seria gerida por indígenas. “Eles [indígenas] estão mais do que preparados para trabalhar nos seus problemas e resolver seus problemas”, afirmou Lula, durante o anúncio dos últimos nomes de seu gabinete ministerial, em Brasília.

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