STF decide que oferta de vagas em creches e na pré-escola é obrigatória

Apesar de o direito estar previsto na Carta Magna, o Supremo precisou decidir sobre a questão, porque diversas prefeituras são acionadas na Justiça pelos pais de crianças em busca de vagas (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Com informações da Agência Brasil

BRASÍLIA – O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira, 22, que é dever do Estado garantir vagas em creches e na pré-escola para crianças de 0 até 5 anos. Por unanimidade, a Corte confirmou a garantia, que está prevista no artigo 208, inciso IV, da Constituição. 

Apesar de o direito estar previsto na Carta Magna, o Supremo precisou decidir sobre a questão porque diversas prefeituras são acionadas na Justiça pelos pais de crianças, em busca de vagas, mas alegam que não têm recursos para garantir as matrículas. 

Prevaleceu o voto proferido na quarta-feira, 21, pelo relator, ministro Luiz Fux. No entendimento do ministro, o direito à educação infantil é assegurado na Constituição e não pode ser negado sem justificativa. 

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Votaram para confirmar a garantia constitucional os ministros André Mendonça, Nunes Marques, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e a presidente, Rosa Weber. Ao final do julgamento, o plenário decidiu aprovar uma tese que será aplicada aos casos semelhantes que tramitam na Justiça. 

“A educação infantil compreende creche (de 0 a 3 anos) e a pré-escola (de 4 a 5 anos). Sua oferta pelo Poder Público pode ser exigida, individualmente, como no caso examinado neste processo. O Poder Público tem o dever jurídico de dar efetividade integral às normas constitucionais sobre acesso à educação básica”, definiu a Corte. 

O caso que motivou o julgamento foi um recurso do município de Criciúma (SC), contra decisão da Justiça de Santa Catarina, que obrigou o governo local a ofertar vaga em creche para uma criança carente. O processo julgado tem repercussão geral, ou seja, a decisão tomada pelo STF será de cumprimento obrigatório nas ações sobre o mesmo tema que tramitam no Judiciário do País.

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