Votação de MP dos Ministérios corre risco por ‘insatisfação generalizada’ com governo, diz Lira

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, quer pautar projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono antes da COP28 (Reprodução/Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA – O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criticou nesta quarta-feira, 31, a falta de articulação do governo federal. Segundo ele, há uma “insatisfação generalizada” dos deputados federais com o governo e não confirmou para hoje a Medida Provisória (MP) que reestrutura a Esplanada dos Ministérios.

“Não há achaque, não há pedidos, não há novas ações, o que há é uma insatisfação generalizada dos deputados e, talvez, dos senadores com a falta de articulação do governo, e não de um ou outro ministro”, disse em entrevista à imprensa.

Lira afirmou ainda que a Câmara não deve ser responsabilizada por uma possível não aprovação da MP. Ele disse que alertou integrantes do governo e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a falta de pragmantismo na solução de problemas e de atendimento para que o governo se organizasse, porém, segundo o deputado, não ocorreu até o momento.

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“Se hoje o resultado não for de aprovação ou votação da medida provisória, não deverá a Câmara ser responsável pela falta de organização política do governo”, disse.

Lira terá uma reunião com os líderes dos partidos e bancadas para avaliar se a MP deve ser colocada na pauta de votação de hoje.

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Lula Marques/Agência Brasil)

“Vamos conversar com os líderes e sentir com os líderes se a Câmara dará, mais uma vez, crédito ao governo. Quem está votando as matérias de governo são, pasmem, os partidos de oposição e os independentes. Não temos, penso, os partidos, essa obrigação política. Não é uma matéria de vida ou morte para o País. É uma matéria de organização do governo”.

MP dos Ministérios

A Medida Provisória (MP) 1.154/2023 define a estrutura de ministérios do Governo Lula, que passaram de 23 para 31. Além disso, seis órgãos ganharam status de ministérios, totalizando 37 ministros.

A comissão mista que analisou a MP aprovou o relatório do deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL) e alterou a proposta original, como a retirada da demarcação de terras tradicionais do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), voltando a atribuição ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.

A MP precisa ser votada pela Câmara e pelo Senado até esta quinta-feira, 1°, ou perderá a validade. Assim, o governo voltaria a ter a estrutura deixada pela gestão passada.

Durante todo o dia, o governo está mobilizado para que a MP seja aprovada. Lira disse que recebeu, mais cedo, um telefonema do presidente Lula para tratar do tema.

Leia também: Após Marco Temporal, Câmara vai votar MPs do Bolsa Família, Vale Gás e Reestruturação Ministerial
(*) Com informações da Folhapress
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