Alertas de desmatamento na Amazônia caem quase 40%

Área de desmatamento na Amazônia (WWF Brasil/Reprodução)
Iury Lima – Da Revista Cenarium

VILHENA (RO) – A uma semana para o fechamento do levantamento de alertas de desmatamento na Amazônia durante os primeiros seis meses de 2023, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou dados promissores para o bioma: uma queda de 39% desses registros em relação ao mesmo período do ano passado, quando os alertas incluíam quase 4 mil quilômetros quadrados.

Até esta sexta-feira, 30, o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, apontou 2.416 quilômetros quadrados que podem indicar a destruição de vegetação nativa da floresta amazônica. Ainda assim, esta é a terceira menor marca da série histórica feita pelo sistema, iniciada em 2015. Os números correspondem ao período de 1° de janeiro a 23 de junho de 2023. 

Veja variação da proporção de áreas sob alerta de desmatamento na Amazônia, entre 2016 e 2023:
Primeiro semestre registrou terceira menor marca da série histórica do Deter (Thiago Alencar/Revista Cenarium)
Leia também: Município do Amazonas lidera ranking de desmatamento no País
Deter 

É importante lembrar que os dados ainda são preliminares e que o Deter não representa dados oficiais de desmatamento, mas que servem de alerta para a situação do maior bioma brasileiro. Em operação há oito anos, o sistema produz sinais, diariamente, sobre a alteração na cobertura vegetal da floresta para áreas maiores que 3 hectares.

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Nesta estimativa, entram também aqueles locais que já estão em processo de degradação, ou seja, onde além do desmatamento, ocorre mineração, exploração de madeira e queimadas, por exemplo.

Primeiros meses de 2023 também vinham registrando tendência de queda, segundo o Deter (Victor Moriyama /Greenpeace)

Mesmo com possível alteração dos dados, devido a fatores como a cobertura de nuvens, até o fim da análise feita via satélite, o primeiro semestre deste ano tem sido bem menos prejudicial que o de 2022, quando Jair Messias Bolsonaro, agora inelegível, ainda estava no poder como presidente da República. Naquela época, o estrago foi o maior para o período em sete anos.

Em queda

O desmatamento na maior floresta tropical do planeta já havia apresentado queda no acumulado de janeiro a maio deste ano, na casa dos 31%, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Nesses cinco meses, o Inpe detectou, por meio do Deter, uma área de 1.986 quilômetros quadrados desmatados, contra 2.867 quilômetros quadrados sob alerta em igual período de 2022.

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