Aliados de Bolsonaro pedem volta de controle da Petrobras por ‘contaminação eleitoral’

Da esquerda à direita: ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-SE), o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). (Arte: Thiago Alencar)
Via Brasília – Da Revista Cenarium

Medidas duras

Interlocutores próximos ao presidente Jair Bolsonaro que pertencem a partidos do Centrão cobram medidas mais duras para a retomada do controle da Petrobras pelo governo federal. Na avaliação deles, entre os quais se incluem o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-SE), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o presidente vai perder a eleição por não encontrar saídas para comandar de verdade a empresa. Por esse raciocínio, diz uma fonte privilegiada, o PT vai levar nas urnas e pode “destruir tudo, como já fizeram”.

Presidente carimbado

Dentro do Planalto, a avaliação é de que o governo está “prisioneiro” dos empregados da Petrobras. Na semana passada, a aposta para executar essa retomada do controle seria o executivo Rodolfo Landim, nome da preferência de Ciro Nogueira para presidir a empresa. Mas a principal questão é que o governo precisa retomar o controle da empresa porque as pesquisas já mostraram que está carimbado na conta de Bolsonaro que “culpa” dos altos preços dos combustíveis é dele. O nome do novo presidente, comentou o interlocutor, não é o mais importante.

Condições anormais

Essa mesma fonte lembrou que não dá para agir dentro do normal, porque as condições não estão normais, com o mundo em guerra e os preços nas alturas. De acordo com uma fonte, “estudamos possibilidades e agimos para a Petrobras voltar ao controle do governo, ou vamos perder tudo e deixar para o PT fazer o que eles quiserem”. Resta saber quais serão as saídas para o imbróglio, que podem repercutir mal no mercado nacional e internacional, já que se trata de uma empresa global de economia mista. No âmbito do Congresso, há os que defendem um fundo de estabilização de preços, ao qual o ministro da Economia, Paulo Guedes é contra.

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Candidatura de Lula

Falando em PT, Lula chegou a pedir que o partido reservasse o ginásio do Anhembi, em São Paulo, para o ato de lançamento de sua pré-candidatura, inicialmente marcada para 30 de abril, mas voltou atrás. O ex-presidente, a sigla e seus advogados quebram a cabeça para organizar um evento com a presença de Alckmin sem ferir a legislação eleitoral. A avaliação hoje no partido é que seria necessária a formalização da aliança pelas instâncias partidárias. O PT, no entanto, ainda não marcou a data do encontro nacional do partido que terá poderes de convenção e vai definir aliança e chapa presidenciais.

Cortina de fumaça

Em off, três ministros do TSE já confirmaram que votarão pela derrubada da decisão de Raul Araújo, que tentava impedir críticas a Jair Bolsonaro num festival de música. Segundo eles, críticas a presidentes da República nunca foram proibidas no País. Alegaram a impossibilidade prática de execução e que isso mina a credibilidade da Justiça Eleitoral. Sobre um suposto viés pró-Bolsonaro, os colegas de Araújo evitaram comentar a proximidade do relator com o presidente. Mas disseram que a decisão é ruim e serviu para animar a militância bolsonarista, desviando a atenção dos escândalos no Ministério da Educação.

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