Caso Melquisedeque: Justiça do AM dá início a audiência de acusados da morte de indígena

O jovem indígena Melquisedeque (Reprodução/Internet)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – Acontece nesta sexta-feira, 14, a audiência de instrução e julgamento dos acusados do latrocínio contra o jovem indígena da etnia Sateré-Mawé Melquisedeque Santos do Vale, 20. O crime aconteceu no dia 16 de dezembro de 2021, quando o jovem foi alvejado com um tiro na cabeça durante assalto em um ônibus da Linha 444, em Manaus.

Dois réus serão ouvidos na audiência presencial, presidida pelo juiz de Direito Anédio Rocha Pinheiro, são eles Lucas Lima e Janderson Cabral Cidade, que estão preso pelo assassinato do jovem desde o ano passado. Um terceiro suspeito, identificado como Davi Souza da Silva, também consta nos autos do processo, mas não participará da audiência, pois o juiz decretou revelia, ou seja, Davi foi comunicado do processo, mas preferiu não se defender.

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Familiar mostra foto de Melquisedeque durante velório em Manaus (Ricardo Oliveira/CENARIUM)

A Ação Penal nº 0773825-13.2021.8.04.0001 tem, ao todo, seis vítimas, sendo Melquisedeque a única morta no local do crime. Os réus foram denunciados por roubo, com o agravo de que havia mais pessoas na ação e resultou em uma morte, conforme as penas do art. 157, parágrafo 2.º, inciso II, parágrafo 2.º – A, inciso I e parágrafo 3.º, inciso II combinado com o art. 70, (latrocínio), todos do Código Penal Brasileiro.

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Até o momento, quatro vítimas e duas testemunhas foram ouvidas. Na audiência desta sexta-feira, 14, dois policiais militares e mais uma vítima devem dar seus depoimentos. Ao todo, cinco testemunhas de acusação serão ouvidas. Caso seja possível ouvir todas as testemunhas, bem como os réus e não havendo ofício do Ministério Público e da defesa para novas diligências, o magistrado abrirá prazo para os memoriais e, após isso, o processo ficará concluso para sentença.

Relembre o caso

Melquisedeque era natural de Manaquiri, distante 165 quilômetros de Manaus, e se mudou para a capital em busca de um futuro melhor. No momento do crime, ele estava no ônibus de linha 444 após sair da loja de departamento onde trabalhava como Jovem Aprendiz.

Melquisedeque carregava um panetone no momento de sua morte, um brinde dado pela empresa que trabalhava por conta das festas de fim de ano. De acordo com informações do motorista do ônibus à polícia, três homens armados anunciaram o assalto, na Avenida Torquato Tapajós. Os suspeitos mandaram que o ônibus fosse desviado para a Avenida Santos Dumont, no bairro Tarumã, zona Oeste.

Zorma Sateré-Mawé, avó de Melquisedeque, chora durante velório em Manaus (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)

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Testemunhas informaram que o jovem não teria reagido ao assalto, no entanto, mesmo assim acabou sendo baleado na cabeça durante a fuga dos suspeitos. O aparelho celular da vítima não foi levado pelos bandidos. O motorista dirigiu o ônibus até a porta do Aeroporto Internacional de Manaus, onde acionou as autoridades policiais.

O crime foi registrado no 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP), mas as investigações devem ser conduzidas pela Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações. (Derfd).

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