Ciro Gomes erra número sobre migração à Amazônia em entrevista; região tem quase 30 milhões de habitantes

Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

BRASÍLIA – O candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) afirmou na terça-feira, 23, durante sabatina a um telejornal, que 40 milhões de brasileiros migraram para a Amazônia durante a ditadura militar que durou 21 anos, entre 1964 e 1985. Porém, dados apontam que o número foi muito menor. Atualmente, há quase 30 milhões de pessoas nos nove Estados da Amazônia Legal.

“Nós mandamos, basicamente, são filhos ou eles mesmos que estão lá, 40 milhões de brasileiros migraram do Sul, do Nordeste, para integrar, para não entregar a Amazônia”, disse Ciro Gomes.

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Gomes se referiu a uma época em que milhares de pessoas migraram de outras regiões do País para a maior floresta tropical do mundo, incentivados por uma política governamental à exploração ambiental. Em 1966, o então presidente Castelo Branco fala em “Integrar para não Entregar”, uma política para proteger a Amazônia da “internacionalização”.

Dez anos depois, o governo fez a primeira regularização de terras na Amazônia. Uma medida provisória permitiu a regularização de propriedades de até 60 mil hectares que tivessem sido adquiridas irregularmente, mas “com boa-fé”. Estima-se que a população da Amazônia Legal chegou a 7 milhões de pessoas na época.

Estradas também foram abertas para facilitar o desenvolvimento da região, como a Transamazônica, inaugurada em 1972. Junto com a ocupação e o desenvolvimento da região veio também a destruição do bioma. O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) afirma que, na década de 1970, as derrubadas atingiram 14 milhões de hectares.

Ocupação atual

A Amazônia Legal inclui, atualmente, os Estados do Amazonas, Acre, Pará, Amapá, Roraima, Rondônia, Tocantins e parte do Mato Grosso e Maranhão. A população da região, em 2021, é estimada em pouco mais de 29 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Estado mais populoso é o Pará, com 8 milhões de habitantes, seguido do Maranhão, 7 milhões, e Amazonas, 4 milhões. A unidade federativa menos populosa é Roraima, com 652 mil habitantes.

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