Com inação de Bolsonaro, Câmara assume protagonismo sobre aumentos de combustíveis

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), correu para assumir o protagonismo no polêmico tema (Sérgio Lima/Poder 360)
Via Brasília – Da Cenarium

Terceirizar culpa

Em matéria de terceirizar a culpa por suas falhas e dificuldades de governar, o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) é especialista. Mas, ao abrir mão de suas responsabilidades, corre também o risco de ficar de fora das soluções, sem levar os “louros” por elas. Observador atento da polêmica em torno dos aumentos constantes e em sequência dos combustíveis que, em efeito cascata, penalizam a todos, incluindo os mais pobres, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), correu para assumir o protagonismo nesse tema, que desgasta o governo e irrita até mesmo a base bolsonarista mais fiel.

Câmara discute preços

A propósito de uma declaração de Bolsonaro em seu cercadinho, de que em breve o País teria um novo reajuste no preço do diesel, afirmou que, embora os brasileiros estejam “insatisfeitos” com os aumentos, ele não conseguiria “fazer milagre”. Logo depois, a Petrobras confirmou a alta de 8,89% no preço do diesel, a partir de amanhã, menos de três meses depois do combustível ter sofrido majoração. Foi a deixa para Lira anunciar que a Câmara dos Deputados se debruçará sobre o tema, nesta quarta-feira, 29, no Colégio de Líderes, em busca de alternativas.

Bem pago

Arthur Lira disse que “o Brasil não pode tolerar gasolina a quase R$ 7 e o gás a R$ 120”, e foi mais além. Disparou críticas ao diretor da Petrobras, Cláudio Mastella, ao dizer que “ele é bem pago para buscar outras soluções que não o simples repasse frequente”. Seu vice, o deputado federal amazonense Marcelo Ramos (PL-AM), endossou as críticas e ainda complementou que esse novo aumento do diesel só confirma que o problema não está no ICMS, já que o tributo é um percentual que só aumenta quando o preço do combustível é elevado. Bolsonaro costuma jogar a culpa dos aumentos nos governadores, que cobram o ICMS.

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Impacto em cadeia

Marcelo Ramos prossegue afirmando que o problema está na política de preços da Petrobras, “mais preocupada em garantir lucros aos acionistas do que com o consumidor brasileiro”. O reajuste do diesel, segundo o parlamentar, tem grande impacto ao consumidor uma vez que reflete, em cadeia, em todos produtos que precisam de transporte para chegar ao seu mercado. Sem contar que o aumento vai gerar nos caminheiros, categoria, até então, fiel a Bolsonaro, os reajustes do diesel também devem ter reflexos nas passagens do transporte público. Até o momento, a Petrobras não informou reajuste nos preços dos demais combustíveis. Oremos.

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