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Desaparecimento de indigenista e jornalista completa uma semana; amigos e familiares se mobilizam pelo País
Vigília por Bruno e Dom em frente à Caixa Econômica em Belém (Foto/Reprodução)
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12 de junho de 2022
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium
MANAUS – Há uma semana, o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips desapareceram durante uma viagem pelo Rio Itaquaí, em Atalaia do Norte, no interior do Amazonas. Dom estava produzindo um livro sobre a região do Vale do Javari, onde indígenas isolados e de recém-contato vivem. Bruno estava licenciado da Funai e acompanhava Dom no percurso.
A União dos Povos Indígenas Vale do Javari (Univaja) foi a primeira organização a relatar sobre o desaparecimento. Ainda no domingo, 5, comunitários e indígenas iniciaram as buscas pelo rio e solicitaram apoio da Polícia Militar e Federal.
As buscas passaram a contar com equipamentos aéreos e fluviais de diversas forças de segurança, dentre elas policiais civis, militares, exército, marinha e aeronáutica. A Polícia Federal interrogou mais de 10 pessoas e prendeu um suspeito, identificado como Amarildo da Costa de Oliveira, o “Pelado”.
Nos materiais apreendidos com Amarildo, no dia 9 de junho, incluíam uma arma de uso restrito e balas. No início do processo, a polícia disse, ainda, não haver indícios da ligação de Amarildo com os desaparecidos, porém, mais tarde, a perícia encontrou sangue no barco utilizado por ele.
Na sexta-feira, 10, um material orgânico, possivelmente humano, foi localizado pela Polícia Federal no porto de Atalaia do Norte, sendo encaminhados ao Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal.
Durante o sábado, 12, a Polícia Federal desmentiu que corpos da dupla haviam sido encontrados. “Não procedem as notícias que estão circulando nas redes sociais no sentido de que os corpos dos desaparecidos foram encontrados”, informa um trecho da nota da PF do Amazonas.
Movimentos
Na manhã deste domingo, 12, amigos e familiares de Bruno e Dom realizaram atos em defesa dos povos indígenas e pediram mais apoio nas buscas pelo indigenista e o jornalista. As reuniões foram registradas no Pará, Rio de Janeiro e Brasília.
As mobilizações partem de um anseio por mais celeridade nas buscas. Bruno é servidor de carreira da Fundação Nacional do Índio (Funai) e reconhecidamente defensor das causas indígenas, ele chegou a denunciar ameaças e invasões antes do desaparecimento.
O jornalista britânico, Dom Phillips, está no Brasil há 15 anos e já foi colaborador dos jornais “Washington Post”, “The New York Times” e “Financial Times”, conhecido por amar a Amazônia e costumar relatar a crise ambiental do Brasil e as dificuldades que os povos indígenas enfrentam.
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