‘Não é esse o País que queremos’; políticos do AM repudiam ataque a tesoureiro do PT morto a tiros no PR

Políticos reagiram a morte do petista Marcelo Arruda, que morreu enquanto comemorava a própria a festa de aniversário (Reprodução)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Deputados, senadores e políticos do Amazonas candidatos a cargos eleitorais no Congressos Nacional se posicionaram nas redes sociais em repúdio ao ataque contra o guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, morto a tiros pelo agente penitenciário federal e bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, na madrugada de domingo, 10, após ser baleado, em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná.

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O episódio aconteceu enquanto o petista comemorava o próprio a aniversário, quando Guaranho chegou ao local gritando pelo nome do presidente Bolsonaro (PL). Arruda chegou a revidar, mas foi o único dos dois que foi a óbito. O ex-prefeito de Manaus e ex-senador Arthur Virgílio Neto (PSDB) repudiou o extremismo político e prestou solidariedade aos familiares dos envolvidos.

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“Tristeza o episódio das mortes em festa de aniversário, demonstração clara que a radicalização levará mais e mais a isso. Brasil precisa de um governo que junte esquerda e direita democráticas e centro republicano. Meu repúdio a extremismos e minha solidariedade aos familiares”, escreveu Arthur Neto, em uma publicação no Twitter, antes da delegacia de Foz do Iguaçu confirmar que o homem que atirou contra o petista continua vivo.

O ex-senador Arthur Neto repudiou o extremismo político e prestou solidariedade aos familiares dos envolvidos (Reprodução)

Deputado estadual, economista e também ex-prefeito de Manaus, Serafim Corrêa (PSB) prestou solidariedade aos familiares dos envolvidos e disse que a radicalização do presidente Jair Messias Bolsonaro só leva ao ódio.

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“A radicalização de Bolsonaro só leva ao ódio. Não é esse o País que queremos para os nossos filhos e netos. Em Foz do Iguaçu, um bolsonarista invadiu o aniversário de um petista e o alvejou. Houve resposta e os dois morreram. Minha solidariedade aos familiares. Só amor e constrói”, escreveu Serafim Corrêa, em uma publicação no Twitter.

O deputado Serafim Corrêa disse que a radicalização de Bolsonaro só leva ao ódio (Reprodução)

O senador Omar Aziz (PSD) afirmou, nas redes sociais, ser triste ver o que o discurso de ódio tem provocado no País e que famílias são destroçadas pela intolerância e desrespeito à vida. Para o parlamentar, o que aconteceu em Foz do Iguaçu é muito grave e não se pode permitir uma escalada de violência por conta de divergências políticas continue.

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“Não podemos permitir que essa escalada de violência motivada por divergências políticas continue. Meus sentimentos à família que passa por esse momento de tamanha dor”, publicou o senador Omar Aziz, no Twitter.

Para o senador Omar Aziz, o que aconteceu em Foz do Iguaçu é muito grave (Reprodução)

O deputado federal José Ricardo (PT) emitiu um posicionamento mais duro e disse que o “bolsonarismo” está matando. Para o parlamentar amazonense, o ódio e a violência não podem vencer o respeito, a tolerância e a vida.

“O bolsonarismo está matando. Marcelo Arruda, dirigente sindical e do PT de Foz de Iguaçu/PR foi assassinado no dia em que comemorava seu aniversário de 50 anos por um bolsonarista fanático. Não podemos deixar que o ódio e a violência vençam, mas o respeito, a tolerância e a vida”, ponderou José Ricardo, no Twiiter.

O deputado José Ricardo disse que o bolsonarismo está matando (Reprodução)

O deputado federal Marcelo Ramos também foi um dos políticos que classificaram o caso como intolerância política e afirmou que a democracia e as pessoas estão vivendo em um ambiente perigoso. Para o político, essa intolerância e o “desamor” são alimento do Governo Bolsonaro. Nas redes sociais, Ramos fez uma série de publicações sobre o ataque do agente penitenciário ao tesoureiro do PT.

“Um bolsonaristas desses insanos invadiu a festa de aniversário de um militante de Lula e atirou no aniversariante, por intolerância política, mesmo com as apelos da sua esposa para que não fizesse isso. O outro reagiu em defesa da sua família”, começou Ramos, no Twiiter.

“Duas famílias enlutadas pelo discurso de ódio estimulado pelo presidente da República. Um ambiente perigoso para a Democracia e para a vida das pessoas. A intolerância e o desamor são alimentos desse governo”, continuou o deputado federal, na rede social. Confira:

Nas redes sociais, o deputado Marcelo Ramos fez uma série de publicações sobre o ataque do agente penitenciário ao tesoureiro do PT (Reprodução)

Motivos políticos

Conhecido como militante do PT em Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda comemorava o aniversário de 50 anos em festa decorada com fotos de Lula e símbolos do partido, quando Jorge Guaranho invadiu o evento aos gritos de “Bolsonaro” e “mito”. O bolsonarista, no entanto, ameaçou os presentes e saiu. Arruda foi até o carro para pegar a arma, temendo que Guaranho voltasse. Os dois se reencontraram e o agente penitenciário atirou no aniversariante, que, mesmo ferido, revidou.

As informações iniciais davam conta que ambos haviam morrido, mas a delegada da Polícia Civil (PC) de Foz do Iguaçu, Iane Cardoso, que participa das investigações do caso, afirmou nesse domingo, 10, que Jorge Guaranho está vivo sob custódia da Polícia Militar. Já o guarda municipal, que não resistiu aos ferimentos e morreu, será enterrado nesta segunda-feira, as 14h (horário de Brasília), no Cemitério Jardim São Paulo, em Foz do Iguaçu.

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