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‘Não houve inteligência’, diz presidente Lula sobre proteção contra atos golpistas em Brasília
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente do Brasil (Sergio Lima/AFP)
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18 de janeiro de 2023
Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium
MANAUS – “Na verdade, nós cometemos um erro, eu diria, elementar: a minha inteligência não existiu”. A declaração é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre os atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro, em Brasília. Em entrevista a GloboNews, nesta quarta-feira, 18, o presidente fez uma avaliação sobre os ataques contra o Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal invadidos por vândalos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Nós temos inteligência do GSI, da Abin, do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, ou seja, a verdade é que nenhuma dessas inteligências serviu para avisar ao presidente da República que poderia ter acontecido isso. Se eu soubesse, na sexta-feira, que viriam oito mil pessoas aqui, eu não teria saído de Brasília”, disse Lula.
No momento dos ataques, Lula contou que estava em Araraquara (SP) e que, se soubesse do risco da invasão, não teria viajado para cumprir agenda sobre os estragos causados pelas chuvas na região. O chefe do executivo destacou não ter sido avisado por nenhum serviço de inteligência.
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“Quando eu saí de Brasília na sexta, tinha a informação que estava tudo tranquilo. E depois aconteceu o que aconteceu no domingo, com convocação nas redes sociais. Nenhuma inteligência serviu para me avisar que poderia acontecer isso. Se eu soubesse, não teria viajado“, lamentou.
Golpe de Estado
O presidente acredita que os atos terroristas foram planejados com antecedência e afirmou ter a impressão de que o episódio foi, na verdade, o “começo de um golpe”. “Fiquei com a impressão de que era o início de um golpe de Estado. Fiquei com a impressão de que acataram o que o Bolsonaro falou por muito tempo”, salientou o presidente que complementou:
“Acho que a decisão dele de ficar quieto, depois que perdeu as eleições, de não passar faixa presidencial, de ir embora para Miami (…) dava a impressão de que ele [Bolsonaro] sabia de tudo que estava acontecendo.”
Lula relatou, ainda, sobre desconfiança de que as portas dos palácios foram abertas para facilitar os atos terroristas e criticou a Polícia Militar do Distrito Federal, que classificou como conivente.
“(…) Quero ver todas as fitas gravadas dentro da Suprema Corte, dentro do Palácio. Teve muito agente conivente. Teve muita gente da PM conivente. Muita gente das Forças Armadas, aqui de dentro, conivente. Eu estou convencido de que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para essa gente entrar, porque não tem porta quebrada. Ou seja, alguém facilitou a entrada deles“, disse o presidente, ressaltando que todas as pessoas envolvidas, que foram presas, serão ouvidas e terão direito à defesa.
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