Nova configuração do Congresso revela bancada ambientalista com menos força

(Divulgação)

A bancada ambientalista e de parlamentares que apoiam as pautas ambientais perdeu expressividade no novo Congresso Nacional. Apesar de eleger novos nomes indígenas, como Sônia Guajajara e Célia Xakriabá, ambas pelos Psol, perdeu articuladores de peso, como os deputados Rodrigo Agostinho (PSD-SP), Alessandro Molon (PSB-RJ) e Marcelo Ramos (PSD-AM), parlamentar amazonense que tem projetos para implantação do mercado regulado de carbono no País e para a implementação da Lei do Bioma Amazônico.

Marina dentro

Nomes como Ricardo Tripoli (PSDB-SP), que tentaram uma vaga na Câmara por São Paulo, também ficaram de fora dos eleitos. A agora eleita deputada federal Marina Silva (Rede) passa a ser a representante mais forte da pauta ambiental no novo desenho da Câmara. Ex-ministra de Meio Ambiente, Marina tem peso na opinião pública, principalmente na internacional, mas alguns parlamentares mais experientes colocam em xeque sua capacidade de interferir na aprovação de matérias polêmicas para a agenda ambiental. No entanto, Marina pode ser uma voz mais capacitada para fazer oposição ao ex-ministro Ricardo Salles, que na Câmara brigará para a “boiada” seguir passando na Amazônia.

Indígenas eleitas por SP e MG

Sônia Guajajara e Célia Xakriabá irão somar o coro de parlamentares da esquerda em defesa do meio ambiente e de comunidades indígenas e compõem a Bancada do Cocar, movimento que cujo objetivo era eleger mulheres indígenas para fazer a defesa dos seus territórios e de ações que cessem as mudanças climáticas. As lideranças indígenas já foram até o Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda, para apresentar um dossiê contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), elencando as ações prejudiciais aos povos indígenas e ao meio ambiente do governo.

PUBLICIDADE

Representação na AM é bolsonarista

Fora da Articulação dos Povos Indígenas (Apib), outras duas mulheres indígenas foram eleitas para a Câmara. Juliana Cardoso (PT-SP), que se autodeclara indígena, foi eleita com 125.517 mil votos. Já a bolsonarista Silvia Waiãpi (PL-AP), por sua vez, que teve 5.435 votos, atingiu o cociente para ser eleita. Agora, passa a ser a única parlamentar indígena eleita pela Amazônia. Joênia Wapichana (Rede-RR), que esteve na Câmara nos últimos quatro anos, não conseguiu se reeleger mesmo com os 11.221 votos recebidos.

Agro prega voto útil

Noutra trincheira, lideranças do agronegócio na Câmara disparam em grupos fechados e em redes sociais mensagens pedindo que bolsonaristas conquistem votos para a reeleição do presidente. O deputado Evair de Melo (PP-ES) afirmou que a meta é dar uma votação expressiva a Bolsonaro. Noutra mensagem, o deputado José Mário Schreiner (MDB-GO), presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, pede aos eleitores favoráveis ao presidente “que saiam às ruas e busquem os votos de quem anulou, votou em branco ou simplesmente não votou na eleição de domingo.”

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.