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Dia de Proteção às Florestas traz alerta sobre os riscos ao meio ambiente causados pelo desmatamento na Amazônia
Tronco da árvore Jatobá, na Floresta Amazônica, na Terra Indígena Trincheira Bacajá, no Pará. (Reprodução/Lalo de Almeida)
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17 de julho de 2022
Eliziane Paiva – Da Revista Cenarium
MANAUS – Fundamentais para a manutenção da biodiversidade, as florestas desempenham funções sociais e econômicas de extrema importância aos seres humanos e aos animais, exercendo papel primordial para o ecossistema, ao envolverem o fornecimento de água, alimentos e medicamentos, a absorção de carbono, regulação do clima e controle de erosões.
Apesar da crise climática mundial, a questão do desmatamento vai além. No Brasil, o desmatamento é a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa. A falta de proteção e a derrubada de florestas agravam as mudanças no clima, pois as árvores ao chão se traduzem em emissões de gás carbônico, que, por sua vez, resultam em graus a mais nos termômetros mundiais.
Mesmo com as mais vastas áreas de florestas, essenciais para o País e para o mundo, a Amazônia Legal, formada por nove Estados – Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso –, estão sob grande ameaça.
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Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostram que a Amazônia perdeu, em apenas cinco meses, de janeiro a maio, mais de 2 mil campos de futebol por dia de mata nativa.
O desmatamento na maior e mais biodiversa floresta tropical voltou a apresentar tendências de crescimento a partir de 2012, no entanto, a situação ficou mais crítica nos últimos anos.
Com áreas de alerta ao desmatamento na Amazônia Legal, em junho de 2022, chegaram a 1.120 quilômetros quadrados, segundo dados do Deter, programa de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o maior número para o mês de junho desde 2016.
Desse volume, o Amazonas teve mais de 1.113 mil quilômetros de remoção de mata nativa durante o período, isto é, o equivalente a 38% da destruição ocorrida no último mês e 44% do acumulado este ano.
O Governo Jair Bolsonaro (PL) veio acompanhado de uma explosão na derrubada da floresta, com números anuais que já passam de uma dezena de milhares de quilômetros quadrados de desmate.
O problema, no entanto, não reside só na Amazônia. Outros importantes biomas do País também sofrem com a destruição.
Preservação das florestas
No livro “Amazônia, um novo País”, Roberto Gueudeville cita trecho da palestra do botânico britânico, Ghillean Tolmie Prance, em Manaus, no ano de 2003, sobre o desmatamento. “Quero destacar que muito do desmatamento está sendo feito por motivos irracionais. Muitos dos grandes projetos, especialmente para pastagem de gado, não são sustentáveis. Espécies importantes para o desenvolvimento futuro da região estão ameaçadas de extinção como o mogno, o acapu e a cerejeira no Pará, Mato Grosso e Rondônia.”
A presença de floresta gera captação de água e regulação de clima local que, uma vez perdidos, têm impacto direto na agropecuária, inclusive em biomas fora da Amazônia. No Brasil, segundo dados do Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC) de 2022, existem 2.446 UCs entre federais, estaduais e municipais que protegem 18,7% do território nacional continental.
Os acontecimentos na Amazônia estão impactando a vida de muitas pessoas na região, e em todo o mundo, por consequências diversas nas mudanças climáticas. Com isso, projetos com propostas para discussão sobre a temática estão surgindo com espaços de interação entre aqueles que desejam partilhar e aprender sobre a cultura indígena com lideranças de povos tradicionais.
A comunidade de Tumbira, uma reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS), a quatro horas de barco partindo de Manaus, entre os dias 25 a 29 de julho, receberá os participantes do projeto “A Floresta Ensina”, que poderão conhecer de forma mais profunda a floresta e, sobretudo, os povos tradicionais que ali vivem.
Além disso, dez artistas entre músicos, instrumentistas, DJs, VJs, artistas sonoros, de ”slam” e do visual, residentes dos nove Estados que compõem a região da Amazônia Legal, participam, durante dez dias, de 22 de setembro a 1º de outubro, de experimentação musical e visual com imersão em reservas ambientais e comunidades indígenas no Rio Negro, no Amazonas.
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