Operação federal desmonta 15 garimpos ilegais em São Félix do Xingu, no sudeste do Pará

Instrumentos do garimpo ilegal queimados (Reprodução/Ascom/PF)
Yuri Siqueira – Da Revista Cenarium

BELÉM (PA) – Uma operação intitulada “Abre Alas”, que busca combater a extração ilegal de ouro e cobre foi deflagrada na terça-feira, 23, em São Félix do Xingu, sudeste do Estado do Pará. A região abriga as Terras Indígenas Apyterewa e Trincheira Bacajá.

A ação conjunta foi realizada pela Polícia Federal (PF), pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pela Polícia Militar Ambiental do Pará, que desmontou cinco garimpos, sendo quatro de ouro e um de cobre. Assim que foram flagrados em funcionamento pelos agentes do Estado, os garimpos tiveram suas atividades paralisadas imediatamente.

Área degradada flagrada durante operação federal (Reprodução/Ascom/PF)

Ao todo, 14 acampamentos foram desativados, e também foram destruídos cinco escavadeiras hidráulicas (PCs), 16 motores estacionários, seis geradores, quatro esteiras, duas caminhonetes e uma moto. A destruição é feita na impossibilidade de remover o maquinário do local. Além disso, foram apreendidas armas e munições que ainda não tiveram a quantidade confirmada pelos agentes da operação.

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A operação “Abre Alas” faz parte do conjunto de ações dos órgãos ambientais e da Polícia Federal (PF), e tem o objetivo de impedir o avanço da contaminação dos rios Aquiri e Itacaiunas, que são poluídos pelos rejeitos e mercúrio ocasionados pelas atividades ilegais com o ouro e cobre.

Diversos trabalhadores que estavam nos garimpos foram ouvidos, e na análise dos depoimentos já foram identificados os financiadores dessas atividades ilegais. Serão instaurados inquéritos policiais individuais para apurar e responsabilizar os infratores, que podem responder por crimes ambientais, usurpação de bens da União e crimes do Estatuto do Desmatamento.

Vídeo mostra equipamentos do garimpo em chamas (Divulgação/Ascom/PF)

Segundo o chefe da delegacia de Polícia Federal em Redenção, delegado Leonardo Araújo, em julho de 2023 a PF, junto com o ICMBio, já havia feito uma ação na mesma região, e por meio desse monitoramento foi detectado a reativação das atividades minerais. O delegado comenta que foi feita uma operação conjunta para coibir este delito, que é fundamental para a preservação do bioma da Amazônia.

“Trata-se de uma região de difícil acesso, mas a Polícia Federal e o ICMBio conseguiram acessar, via terrestre; e também tivemos apoio do helicóptero do ICMBio, que foi fundamental para localizar máquinas escondidas e localizar estruturas também instaladas no meio da vegetação. A operação busca coibir a poluição dos rios que estavam sendo severamente atingidos pelos rejeitos provenientes dessas atividades minerais”, afirmou o delegado.

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Editado por Jefferson Ramos
Revisado por Adriana Gonzaga
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