‘Quem está lucrando com a vida das crianças Yanomami?’, questiona presidente da Funai

A presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana. (Geraldo Magela/ Agência Senado)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – A presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, participou, nesta quarta-feira, 29, de audiência pública da Comissão Temporária Externa do Senado Federal, que acompanha a situação dos povos indígenas Yanomami em Roraima e questionou quem são os financiadores do garimpo ilegal no território demarcado.

A comissão foi instalada para acompanhar, em Roraima, a situação dos Yanomami e a saída dos garimpeiros ilegais de suas terras. “Quem está lucrando com o garimpo? Quem está lucrando com a vida que está se indo das crianças? Quem realmente está por trás de todo essa crise humanitária que o povo Yanomami e outros povos no Brasil estão passando?“, questionou Wapichana.

Além da presidente da Funai, estiveram presentes o diretor do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas, Marcos Kaingang; o secretário Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Ricardo Weibe; e o pesquisador da Fiocruz, Paulo Cesar Basta. O ex-presidente da Funai Marcelo Xavier foi convidado, mas não compareceu.

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Na mesa: Marcos Kaiangang; Eliziane Gama (PSD-MA); e Joenia Wapichana em pronunciamento. (Geraldo Magela/ Agência Senado)

Origem da crise

Wapichana pontuou, ainda, o que um relatório da Funai indicou sobre a origem da crise humanitária e sanitária que aflige o território Yanomami. Segundo ela, a crise foi agravada ao longo dos últimos quatro anos, no governo de Jair Bolsonaro (PL), em razões da desestruturação da assistência de saúde indígena e abandono das políticas de proteção territorial das terras indígenas, que causaram o aumento de invasão garimpeira.

A origem dessa crise é pública e notória. Todo o Estado brasileiro presenciou e viu os ataques de presença de invasores e a ausência efetiva do Estado de forma permanente”, disse. “Consequentemente, a esse aumento da invasão e exploração dos recursos naturais, justamente somou a ausência efetiva de uma presença mais rápida que pudesse dar resposta“.

Na audiência pública, a comissão externa formada por senadores aprovou o pedido de informações ao ministro da Educação, Camilo Santana, sobre a oferta de serviços de educação na terra indígena e requerimento de informações ao Ministério da Saúde sobre contrato com empresa que forneceu aeronaves para o transporte de profissionais de saúde e de indígenas.

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