‘Quero ser vereador livre de conchavos e interesses espúrios’, diz Alberto D’Almeida, candidato à CMM

Candidato a vereador de Manaus, Alberto D'Almeida, luta pelas políticas públicas sociais (Foto: Guilherme Reis/Revista Cenarium)

Náferson Cruz – Da Revista Cenarium

MANAUS – Família, educação e cidadania, uma tríade indissociável e que rege os valores de sociedade. É com essa bandeira de luta que o advogado e especialista em Direito Constitucional e em Ética Política, Alberto D’Almeida, espera ter a oportunidade de se apresentar à sociedade manauense como uma nova opção para Câmara de Vereadores ser verdadeiramente transformada pelo voto consciente.

Em sua trajetória destaca-se que esteve como conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas (OAB-AM), coordenador da Comissão da Criança, Adolescente e Jovens da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) e da Comissão dos Direitos da Mulher, Família e Idoso da Aleam. D’Almeida também atuou como conselheiro tutelar, assessor parlamentar na CMM, Aleam e Câmara Federal.

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Mas, para conhecer o que pensa Alberto D’Almeida, a CENARIUM, conversou com postulante ao parlamento municipal, que traçou um panorama de suas ações para levar qualidade de vida aos manauenses.

Revista Cenarium – Como o senhor observa o crescimento veemente de comunidades carentes?

Alberto D’Almeida – A população ainda está muito ligada à ‘política’ do passado, aquela política assistencialista, da doação de rancho, da telha, da rede e botija de gás, esse é o grande problema. Estou indo às ruas para explicar à população que o parlamentar não deve fazer esse tipo de serviço assistencial, pelo contrário, ele até deve fazer, mas fazer enquanto cidadão, não enquanto político. Aprendi que o que a mão direita dá, a mão esquerda não deve saber, entretanto, as campanhas eleitorais ajudam a compactuar com a prática assistencialista, as redes socais mostram o cidadão doando cestas básicas para quem não tem o que comer e mostrando o pai de família chorando, porque o poder público não deu, isso é inadmissível e tenho combatido bastante.

Candidato a vereador de Manaus pretende incentivar o esporte, cultura e lazer (Foto: Guilherme Reis/Revista Cenarium)

Revista Cenarium – Que planos o senhor tem para a incentivar política social?

Alberto D’Almeida – A cidade de Manaus não tem projetos voltados para o cidadão, o mundo inteiro está ligado em como melhorar o esporte, cultura e lazer. Estamos num momento em que o pensamento de todos está convergindo para o esporte, os grandes eventos mundiais são do esporte, entretanto, a atual gestão do município fechou há três meses a Secretaria de Esportes. Portanto, hoje, o nosso trabalho é voltado para o cidadão, para tentar qualificar e melhorar, ou seja, tentar emancipar, acho que a palavra que mais nós buscamos é a emancipação do cidadão. Vamos buscar alternativas, mas onde está essa alternativa? Em Manaus, o Sesi, Senai, Senac e Cetam estão a pleno funcionamento, mas a população não tem acesso à informação dos cursos. Quem está em Manaus conhece bem esses institutos, sabe que tem esses cursos e podem fazer gratuitamente, levar isso a população isso é o trabalho do parlamentar. Não dá para criar um grande instituto receber recurso internacional e não aplicar, isso é crime. Infelizmente, nós vemos quantas instituições que são bancadas com dinheiro internacional só para ganhar a eleição.

Revista Cenarium – Fomentar e incentivar o turismo está em seus planos?

Alberto D’Almeida – Temos como fazer turismo em uma cidade onde a população, via de regra não tem o idioma? Claro que não, mas o que fazer nesse momento? Hoje, o município não tem uma política voltada para o turismo, grande parte dos museus estão fechados por falta de estrutura e de visitação. O turismo precisa de cultura e nós temos cultura em Manaus, a cidade tem uma história diferenciada, também buscamos a valorização turismo de pesca esportiva ou recreativa. Não temos hoje, ninguém saindo de Manaus para rodar o mundo e divulgar a nossa cidade, não há planejamento para isso é lamentável.

Revista Cenarium – A falta de apoio ao docente continua sendo um dos estorvos de várias gestões municipais por falta de planejamento e Manaus não é diferente, o que o senhor pensa sobre isso?

Alberto D’Almeida – O município de Manaus vai receber em 2021, quase R$ 5,4 bilhões, só do Fundeb, aproximadamente 50% do que o Estado vai receber vai ficar em Manaus, o montante de R$ 554 milhões. Hoje, a educação pública e privada tem, praticamente, o mesmo conteúdo programático, por que o jovem tem dificuldade de ser aprovado no vestibular? O que fazer para melhorar isso? Proporcionar a qualificação do professor e melhoria da qualidade do ensino e salarial. Na escola pública, o professor está em sala de aula tem que pensar se o filho dele está seguro em casa, não sabe se o filho foi à escola. Enquanto que, na escola particular, normalmente de cara, o professor já ganha uma bolsa, uma forma de gratificar coisa que o município não faz. Portanto, o professor da rede privada tem o filho dele na mesma escola, está vendo o filho, sabe o que ele está fazendo. Essa aproximação da família com a escola é extremamente importante e, isso hoje, não há.

Alberto D’Almeida diz que Manaus está cheio de leis que não funcionam (Foto: Guilherme Reis/Revista Cenarium)

Revista Cenarium – Qual a sua opinião a respeito do desempenho dos vereadores de Manaus?

Alberto D’Almeida – Nós temos uma Câmara Municipal com 41 vereadores e que quase todos foram eleitos para fiscalizar o prefeito, mas o que a maioria deles fazem é defender o prefeito, o que não falta é cargo para defender o gestor municipal. O vereador tem a lança apontada, mas a partir do momento que ele passa para condição de defensor, ele vira escudo e perde completamente a função dele, então o vereador só pode legislar se fiscalizar. Há 20 anos meu escritório é contratado para ajudar a corrigir projetos de leis do parlamento municipal, então depois de 20 anos fazendo isso, quase de forma interrupta, posso explicar e dizer com muita tranquilidade, que nosso município está cheio de leis que não funcionam e que fiscalizar é primordial.

Revista Cenarium – O que o candidato tem de proposta para as comunidades carentes?

Alberto D’Almeida – Fui advogado da Prefeitura de Manaus contratado para acompanhar o plano diretor, mas sabe quanto vereadores acompanharam às reuniões? Apenas dois, eles apareceram na abertura, fizeram selfie e foram embora. O plano diretor tem que ter cinco reuniões em cada uma das nove zonas da cidade de Manaus, mas, infelizmente, não temos a participação dos vereadores na elaboração do plano, vereador que não conhece a cidade, como é que ele vai administrar (legislar)? Então, posso dizer com toda a clareza que tenho boa noção e conhecimento da cidade de Manaus. Convido qualquer vereador para me fazer pergunta, podem me sabatinar, isso eu faço de graça, sobretudo agora, que depois de quatro anos no mínimo para quem busca a reeleição, não sabe que a atribuição dele é fiscalizar.

Revista Cenarium – Neste processo eleitoral, o que lhe traz desconfiança?

Alberto D’Almeida – Temos uma situação no processo eleitoral que me traz uma grande desconfiança. O servidor público tem um limite de ganho certo? O empresário pode ganhar milhões, mas o servidor público não, não pode existir servidor público rico no Brasil, muito menos em Manaus, há pessoas saindo do serviço público com salário muito alto para se candidatar à CMM e abandonar o serviço público, detalhe: o gasto de campanha desse servidor público é incompatível com que ele ganha todo mês, então, de onde está vindo o dinheiro para a campanha desses candidatos? É desta forma que estas pessoas querem representar à população? Portanto, o eleitor tem que saber quem são essas pessoas e em quem está votando.

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