Secretário de Segurança do AM é alvo de operação que investiga organização criminosa

O general Carlos Alberto Mansur (Antonio Lima/Secom)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium Amazônia**

MANAUS – A residência do secretário de Segurança Pública do Amazonas, general Carlos Alberto Mansur, foi alvo de um dos mandados de busca e apreensão da “Operação Comboio”, deflagrada nesta terça-feira, 29, pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM). A operação investiga uma organização criminosa que atua dentro da secretaria. Uma pessoa foi presa em flagrante por posse de arma.

O procurador-geral de Justiça Alberto Rodrigues do Nascimento Júnior informou que um dos agentes públicos alvo da operação tem prerrogativa de foro privilegiado. Ele confirmou que Mansur foi alvo de um mandado de busca e apreensão na residência dele.

Se há uma prerrogativa de foro, a quem cabe investigar secretário, prefeitos, deputado estadual, juízes, promotores, é o procurador-geral de Justiça. Por óbvio, que se ele está à frente é porque tem alguém com prerrogativa de foro e esse alguém é o secretário de Segurança, por óbvio“, disse.

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Detalhes da operação foram apresentados no MP-AM. (Ana Pastana/Revista Cenarium Amazônia)

A operação deflagrada nesta terça-feira, 29, cumpriu 16 mandados de busca e apreensão em Manaus e Jutaí, municípios do Amazonas, e em São Paulo, capital paulista. Entre os mandados, dois foram cumpridos em gabinetes da SSP-AM.

Organização criminosa

A operação, deflagrada no Amazonas e São Paulo, investiga uma organização criminosa que atua dentro da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM). De acordo com o promotor de Justiça e coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Igor Sterling, os investigados utilizavam comboios para cometerem extorsões. Há o envolvimento de policiais civis e militares que compõem a alta cúpula da secretaria.

Grupos de agentes públicos se utilizavam dos conhecimentos, do poder, para utilizarem carros da segurança pública para ir atrás de pessoas e fazer esse tipo de conduta“, disse. “Há uma hierarquia, uma formação de organização, que tem um modo de agir que define que sim, que é permanente, tem hierarquia ali dentro.

De acordo com Sterling, a investigação iniciou a partir de outras já em andamento, em outros órgãos, como a Polícia Civil do Amazonas. Em abril deste ano, agentes da Segurança Pública do Estado foram presos por envolvimento no roubo a um caminhão de carga, que aconteceu, em janeiro deste ano, no bairro Mauazinho, Zona Leste de Manaus.

Um dos veículos utilizados no crime era utilizado em operações do Núcleo Especializado em Operações de Trânsito (Neot), setor do Departamento de Trânsito do Estado (Detran), comandado por Victor Fonseca Mansur, filho do secretário.

Flagrante

O superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Umberto Ramos, afirmou que uma prisão em flagrante foi efetuada e que outros três casos, de possíveis prisões, são analisados. Todos estão relacionados a posse irregular de arma de fogo. “As armas são objeto de registo junto aos órgãos competentes, estão sendo avaliados os registros, a regularidade da arma de fogo, se a posse está com alguém com amparo legal“, explicou.

Posicionamento do governo

Em nota, o Governo do Amazonas informou que acompanha os trabalhos do Gaeco, do MP-AM e da PF, e que colabora com as investigações. Disse, ainda, que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta dos seus servidores e que todas as providências necessárias serão tomadas.

Editado por Eduardo Figueiredo
Revisado por Gustavo Gilona

(*) Colaborou Ana Pastana

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