Serviço de teleconsulta obstétrica vai atender gestantes da capital e em áreas remotas do Estado

Serviço de teleconsulta obstétrica vai atender gestantes da capital e em áreas remotas do Estado. (Reprodução/Unicef)
Eliziane Paiva – Da Revista Cenarium

MANAUS – O sistema de telessaúde, telemedicina e telemonitoramento obstétrico vai inspecionar gestantes que moram na capital e no interior do Amazonas, especialmente durante o pré-natal de alto risco e nas intercorrências obstétricas, para amparo na tomada de decisões durante o atendimento.

Para a implantação do sistema para as teleconsultas obstétricas, que está em andamento, foram escolhidos, além de Manaus, mais dez municípios, entre eles, Manacapuru, Maués, Coari, Itacoatiara, Tabatinga, São Gabriel da Cachoeira, Barcelos, Tefé, Parintins e Jutaí.

De acordo com a secretária-executiva-adjunta de Assistência ao Interior da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), Rita Almeida, o serviço de teleconsultas às gestantes vai dar suporte e apoio aos profissionais de saúde dos municípios e, por meio de uso da plataforma, diminuir a mortalidade materna no Estado e conseguir alcançar gestantes em outros municípios.

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“Quando uma paciente começa o pré-natal e apresenta alguns indícios de que a gravidez poderá se agravar, que poderá ter uma gravidez de alto risco, automaticamente entram os especialistas dando atenção primária, de como conduzir o pré-natal. E se no caso da paciente agravar por alguma razão e for parar no hospital, também vai ser monitorada à distância pelos especialistas”, explicou.

Serviço de teleconsulta obstétrica vai atender gestantes da capital e em áreas remotas do Estado. (Reprodução/Unicef)

Por meio do sistema, especialistas em obstetrícia poderão dar suporte a profissionais de saúde que trabalham em áreas remotas do Estado, com pouca ou nenhuma rede rodoviária, onde o acesso se dá por meio hidroviário e aéreo, em razão da densa floresta amazônica.

“A implantação do sistema, aliada ao uso de dados, diagnósticos dinâmicos dos territórios e caracterização de risco, poderá viabilizar ações oportunas e otimizar o uso de recursos físicos e financeiros, reduzindo as mortes maternas, fetais e infantis com causas evitáveis”, explicou Lana de Lourdes Aguiar Lima, diretora do Departamento de Saúde Materno Infantil do Ministério da Saúde.

Internet na Região Norte

A telemedicina já é utilizada em todo mundo e a prática se popularizou ainda mais durante a pandemia de Covid-19, quando o governo brasileiro liberou também as teleconsultas, para o monitoramento de pacientes, troca de informações médicas e análise de resultados de diferentes exames que são avaliados e entregues de forma digital.

No entanto, para a teleconsulta ser viável, o acesso à internet se faz imprescindível, o que nem sempre ajudou, de fato, os procedimentos de consultas.

Para a cuidadora de idosos Maria de Fátima Oliveira, que mora na capital e já precisou de atendimento via teleconsulta, a experiência com a telemedicina não foi suficiente. “Eu estava tentando consulta com um ‘gastro’ (especialista do aparelho digestivo) e quando finalmente consegui, o hospital estava sem sistema, sem internet”, relatou.

Região Norte tem atualmente os piores indicadores relativos à qualidade e acesso à internet no Brasil. (Reprodução/Internet)

De acordo com a pesquisa “Acesso à Internet na Região Norte do Brasil”, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a Região Norte tem, atualmente, os piores indicadores relativos à qualidade e acesso à internet no Brasil. O estudo aponta que em partes da região sequer há previsão de fornecimento do acesso à internet, e quando tem, a velocidade de conexão é insuficiente e instável, interferindo em inúmeros direitos dos cidadãos.

Ainda assim, atendimentos de teleconsulta obstétrica serão feitos com agendamento prévio via Sistema de Regulação do Estado (Sisreg), para consultas online no próprio município sem a necessidade de deslocamento para a capital, pelo Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), com apoio da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que coordena a plataforma de telemonitoramento responsável pela oferta do Serviço de Telemedicina e Telessaúde, e Ministério da Saúde.

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