TSE registra mais de 400 candidaturas de pessoas com deficiência para o pleito deste ano no Brasil

Esta é a primeira vez que dados voltados a candidaturas de pessoas com deficiência são contabilizados em nível federal (Reprodução)
Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS – O Tribunal Superior Eleitoral contabilizou 476 registros de candidaturas de pessoas com deficiência que visam disputar um cargo público nas eleições de outubro deste ano no País. O número corresponde, em média, a 1,7% do total dos mais de 29 mil candidatos registrados neste ano.

Segundo os dados do TSE, 264 candidatos possuem alguma deficiência física, o que corresponde a (53,66%). Os que apresentam deficiência visual somam 115 registros (23,58%) e auditiva 59, o que equivale a (11,58%). Outras deficiências e autismo completam com (8,33%) e (2,64%) respectivamente.

(Reprodução/TSE)

Na leitura da advogada e ativista pelos direitos das pessoas com deficiência Nancy Segadilha a participação de mais de 400 PCDs no pleito deste ano, ainda que pequena, tem um papel fundamental quanto à representatividade e formulação de políticas públicas que estabeleçam, principalmente, a inclusão. Realidade mais fácil de ser alcançada, de modo efetivo, com essa parte da população ocupando espaço de poder e, à frente, nas tomadas de decisões.

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Fico esperançosa com os dados do TSE que mais de 400 pessoas com deficiência estarão na disputa desse pleito e uma, em especial, concorrendo a vice-presidente. Porém, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 17 milhões de brasileiros (8% dos habitantes do País) possuem algum tipo de deficiência mostrando que o número de representantes ainda está muito aquém“, considera Nancy que complementa:

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Acredito que a representatividade é imprescindível na derrubada de barreiras limitantes, fomentando o debate para a importância da implementação de políticas públicas inclusivas. Aliás, é algo que sinto falta nos debates em todas as esferas“, pontua a advogada.

A ativista ressalta que o direito à inclusão começa no exercer a cidadania de modo digno, acessível e adaptado, pontos que, se ignorados, não há como existir a equidade.

Vale ressaltar que, para exercer o direito ao voto, em alguns lugares não têm acessibilidade, estamos à margem, em vários momentos. Fica aqui a minha indignação no cumprimento dos nossos direitos. Para construção diária de uma sociedade justa, solidária e plural precisamos que pautas como inclusão, equidade e acessibilidade sejam reconhecidas por todos e para todos, isso sim é DEMOCRACIA!”, salienta.

Mais dados

De acordo com as informações disponibilizadas pelo TSE, das 476 candidaturas, 448 candidatos foram aptos a concorrerem à eleição deste ano e 28 candidaturas foram indeferidas. Quase (15%) se declararam pretos, o que equivale a 68 candidaturas registradas, pardos ficaram com (38,87%) correspondendo a 187 candidatos. Entre os que se declararam brancos foram 215 registros (45,17%), amarelas e pardas aparecem com 2 e 5 registros de candidaturas respectivamente.

No pleito deste ano, os candidatos integram em 28 dos 32 partidos que participam da eleição, sendo o PSB com maior quantitativo de 46 candidaturas, seguido do PT com 32, PL com 31, PSOL e Solidariedade com 27, Podemos com 24 e MDB com 22 postulantes registrados.

Com exceção à Presidência da República, todos os cargos políticos estão na linha de disputa dos concorrentes eleitorais. São quatro candidatos ao governo, dois para vice-governador, dois para o Senado, 15 para deputado distrital, um para suplente e um para o cargo de vice-presidente. Os cargos mais concorridos são os de deputados federais e estaduais com 167 e 284 candidatos cada.

Esta é a primeira vez que dados voltados a candidaturas de pessoas com deficiência são contabilizados em nível federal. Os dados relacionados à pauta começaram a ser colhidos no ano de 2020.

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