Txai Suruí fala de resistência dos povos indígenas em premiação nacional: ‘Lutamos com as nossas vidas’

Ativistas indígenas e ambienteis Neidinha e Txai Suruí homenageadas no 'Melhores do Ano'. (Globo/ Sérgio Zalis)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – A indígena do povo Paiter-Suruí, de Rondônia (RO), Txai Suruí foi homenageada no último domingo, 25, durante a premiação “Melhores do Ano“, da Rede Globo de Televisão. Ela e a mãe, Neidinha, foram destaques pelo trabalho que desempenham com a causa indígena e ambiental.

A jovem ativista de Rondônia, única brasileira a discursar na abertura da COP26, em 2021, dedicou a premiação aos povos indígenas e exaltou a resistência e luta.

Queria dedicar essa homenagem ao meu povo, a todos os povos indígenas deste País que, muito antes desses quatro anos, há mais de 500 anos, estão lutando pelos nossos territórios, para que a gente continue vivo, pela vida de todos nós. Isso que significa floresta em pé“, disse emocionada.

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Veja o vídeo:

(Reprodução/Globoplay)

Txai também citou o recente caso da indígena Guarani Kaiowá, assassinada no Mato Grosso do Sul, e dos povos indígenas isolados em Rondônia, que estão sob pressão. O boletim Sirad-I, do Instituto Socioambiental (ISA), apontou que os meses de julho e agosto somaram o maior desmatamento em Terras Indígenas com povos isolados desde o início de 2022, sendo a Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau (RO) o território que mais sofreu com queimadas e desmatamentos ilegais.

Eu não poderia subir aqui sem fazer essa denúncia, porque esse território, esse chão que a gente está pisando, é terra indígena. E nós, durante esses últimos quatro anos, que fizemos a resistência, que estamos na linha de frente, lutando com as nossas vidas“, acrescentou.

Da esquerda para direita: Neidinha e Txai Suruí, (Globo/ Sérgio Zalis)

Transição

A luta do povo indígena Uru-Eu-Wau-Wau, de Rondônia, para defender seu território de invasores, foi parar no Oscar. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anunciou na semana passada o filme “O Território” entre pré-indicados na categoria de melhor documentário de longa-metragem.

Leia também: Premiado 24 vezes, filme feito em RO, ‘O Território’ é sucesso na COP27

Dirigido pelo americano Alex Pritz, o longa teve a ativista Txai Suruí na produção executiva, Darren Aronofsky (diretor de filmes como “Mãe!” e “Cisne Negro”) entre os produtores e Tangãi Uru-Eu-Wau-Wau na direção de fotografia. O filme acompanha jovens lideranças, como Bitaté Uru-Eu-Wau-Wau, que monitora o território usando drones e as redes sociais, e Neidinha, que trabalha há décadas com os indígenas.

Neidinha Bandeira, ativista ambiental, toma banho em um rio na floresta amazônica. Cena de ‘O Território’ (Amazon Land Documentary/ Alex Pritz)
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