‘Além dos 40º’: Documentário discute mudanças climáticas em Roraima

*Da Revista Cenarium Amazônia

RORAIMA – O documentário “Além dos 40º: Mudanças Climáticas em Roraima”, lançado pela TV Assembleia, retrata os impactos das altas temperaturas e como elas afetam a vida dos roraimenses. Estado mais setentrional do Brasil, Roraima tem enfrentado desafios em decorrência das mudanças climáticas. No último mês de agosto, o estado enfrentou a estiagem mais severa em 25 anos.

Em setembro, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Poder Legislativo de Roraima realizou a audiência pública “As mudanças climáticas: causas e consequências das queimadas urbanas e rurais em Roraima”. De acordo com a diretora da TV Assembleia, Camila Dall’Agnol, a produção é o resultado dessa discussão.

“A audiência pública tratou das consequências do forte calor no Estado, como a baixa na vazão dos poços artesianos que pode provocar enfraquecimento no abastecimento de água, ou a necessidade de perfurar novos poços. O material mostra essas consequências, suas causas, o que dizem especialistas e autoridades e, principalmente, o que podemos fazer para evitar eventos de natureza extrema”, explicou Dall’Agnol.

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Assista ao documentário

Memória e prevenção

O documentário foi produzido pela jornalista Júlia Matos e conta com entrevistas de especialistas da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Companhia de Águas e Esgotos (Caer), deputados estaduais, brigadistas, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, além de moradores do bairro Airton Rocha, na zona Oeste de Boa Vista, que sofrem com a falta de água, especialmente no verão.

“Passamos mais de um mês acompanhando, para saber quais problemas podem ocorrer por causa dessas mudanças climáticas. Agosto foi o mês em que menos choveu nos últimos vinte e cinco anos, então temos o prognóstico dos especialistas prometendo que este ano será um dos piores”, destacou Matos.

Defesa Civil e brigadistas voluntários trabalham para controlar chamas na Serra do Tepequém (Foto: Reprodução/Defesa Civil do Amajari)
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Além de explicar os fenômenos atmosféricos, como El Niño e La Niña, e como a própria localização geográfica influenciam o aumento da temperatura do lavrado, a produção apresenta o trabalho de instituições governamentais no monitoramento e prevenção de focos de incêndios, e como a população pode contribuir para mitigar o problema.

“O governo estadual, a Defesa Civil, bombeiros, brigadistas e até mesmo a população oferecem soluções e dicas sobre o que pode ser feito. Como eu disse, é um ato de reflexão. Não podemos dominar o clima, mas podemos fazer a nossa parte. Tudo isso é mostrado, incluindo as soluções propostas pelos nossos legisladores na Assembleia Legislativa”, acrescentou a realizadora.

Rio Branco, em Boa Vista, Roraima, enfrenta seca histórica (Alex Barroso/Reprodução)

Um dos depoimentos do documentário é do ex-brigadista Antônio Paulo Fernandes, de 84 anos. Ele conta como enfrentou o incêndio de 1998, considerado um dos piores desastres ambientais da Amazônia, e como ingressou no primeiro grupo de brigadas de incêndio voluntárias do Estado.

“Quando terminou aquele incêndio, aqui neste local não ficou nada. Tudo acabou no fogo. Só que eu me levantei com minha esposa, à meia-noite, e saímos de Boa Vista a pé até Mucajaí, atrás de carona, e lá fomos para uma reunião no Paulo Sexto, onde começaram as brigadas. Lá foram oferecidos para mim recursos para fazer as brigadas voluntárias”, diz num trecho do documentário o ex-brigadista que, em 1958, deixou a pequena cidade de Piripiri, no interior do Piauí, para fugir da seca e de um grande incêndio que devastou a região.

Focos de incêndio em Roraima (Divulgação/CBMRR)

Para aqueles que perderem a estreia e/ou sua exibição rotativa na grade de programação do canal 57.3, a produção também será veiculada no canal do Poder Legislativo no YouTube (@assembleiarr). Na plataforma, os espectadores podem conferir mais de 80 produções originais que abordam inclusão, turismo, saúde, educação e questões sociais.

*Com informações da assessoria
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