Braga Netto nega golpe, mas comete novo erro ao emitir nota opinativa sobre eleições

Ao lado do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, afirmou. em tom enigmático, que 'a cobra fumou e, se necessário, fumará novamente' (Evaristo Sá/AFP)
Via Brasília – Da Cenarium

Nota equivocada

Depois da negativa à imprensa, nota oficial do Ministério da Defesa afirma que Braga Neto não se comunica com os presidentes dos Poderes por meio de interlocutores. O texto vinha com uma pérola: “A discussão sobre o voto eletrônico auditável por meio de comprovante impresso é legítima, defendida pelo Governo Federal, e está sendo analisada pelo Parlamento brasileiro, a quem compete decidir sobre o tema”.

Boa parte da imprensa e da classe política reagiram com veemência, ao que chamaram de “exposição de uma opinião política em uma nota oficial”. Veem a manifestação oficial do Ministério, acompanhada textualmente de anuência dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, como mais um erro gravíssimo. É a política, definitivamente, contaminando as Forças Armadas.

Não cabe

Muitos veem a manifestação oficial do Ministério, acompanhada textualmente de anuência dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, como mais um erro gravíssimo. Um dos mais exaltados foi o apresentador da Rede Bandeirantes, Luis Datena. Bolsonarista arrependido, lembrou as ameaças que Braga Neto já havia dirigido ao presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM), e afirmou que há tempos os militares “rasgam suas regras de hierarquia e disciplina”, quando assumem cargos e posições políticas estando ainda na ativa. A ameaça a Omar veio num contexto em que o senador pelo Amazonas comentava o envolvimento de muitos fardados nos supostos escândalos de compras de vacina pelo Ministério da Saúde.

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Recado a Lira

Em que pese o ministro da Defesa, Braga Neto, tenha desmentido a suposta ameaça de golpe caso as eleições não sejam feitas via voto impresso, num aparente recuo, os comentários de gente graúda em Brasília são de que tal bravata ocorreu de fato.

A suposta ameaça teria sido passada pelo general a um líder partidário para que este a fizesse chegar ao presidente da Câmara, Arthur Lira. No entanto, este mesmo líder político, impressionado com a atitude antidemocrática do ministro, repassou a notícia a uma jornalista do Estadão, que a publicou e mantém em resguardo o nome da fonte.

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