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Em Manaus, 40,8% da população se identifica como extrema direita e direita
Homem participa de manifestação em frente ao Comando MIlitar da Amazônia; protestantes não reconheciam resultado das eleições. (9.nov.22 - Ricardo Oliveira/Revista Cenarium Amazônia)
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06 de novembro de 2023
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium Amazônia
MANAUS (AM) – Pesquisa eleitoral divulgada pela empresa Perspectiva – Mercado e Opiniãoaponta que 40,8% da população em Manaus se identifica com a corrente ideológica de direita (extrema direita, centro-direita e direita), considerando a proporção de pessoas questionadas no levantamento. No Brasil, este pensamento ideológico foi a base do movimento que levou golpistas a acamparem em frente a quartéis em 2022 e a invadirem a sede dos Três Poderes, em Brasília, em janeiro deste ano.
A pesquisa foi realizada entre os dias 25 a 31 de outubro deste ano, de forma híbrida, com entrevistas por telefone e de maneira domiciliar. A amostra foi de 2 mil entrevistas e a pergunta respondida foi: “Como o(a) sr(a) deve saber que muitas pessoas quando fala de política, usa os termos esquerda e direita. Qual delas você mais se encaixa?“.
Do total da porcentagem, 1,6% se identifica com a extrema direita e 29,5% se intitula da direita. Quanto à centro-direita, foram 9,7% dos entrevistados. Ainda falando sobre identificação, 9,7% se dizem de centro-direita; 11,6% afirmam ser de centro; 3,2% se identificam como esquerda; 0,5% são de extrema esquerda; e, por fim, 30,4% disseram não se identificar com nenhuma das opções.
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No ano passado, após o resultado do segundo turno da eleição presidencial, que deu a vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), centenas de pessoas se reuniram em frente a quartéis do Exército, em diversas capitais do País, pedindo a anulação do pleito. Eles não reconheciam o resultado das eleições, e exigiam intervenção militar e a derrubada dos Poderes. Os golpistas, como passaram a ser chamados, se identificaram como sendo da corrente ideológica da direita.
Direita e extrema direita são ideologias políticas com visões e crenças parecidas, principalmente no que diz respeito à liberdade e economia. O cientista social Jefferson Barbosa, professor da Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), explicou, ao Jornal da Unesp, que o extremista político é contrário às instituições representativas, à contraposição de ideias e a deliberações de caráter que representam a vontade da maioria.
“O extremista político tem como recurso último a força e a violência. São marcados por conteúdos de fundamentalismo religioso, político, econômico, numa pauta ultraliberal“, afirma. “A extrema direita, hoje, no Brasil, é composta por aqueles que não se restringem aos espaços deliberativos e representativos. São aqueles que entendem que a Constituição e as instituições de poder do Brasil devem ser derrubadas e abolidas. Há um irracionalismo baseado em mitos políticos, como força, defesa da mãe Pátria, culto à nação, exclusão de certas classes“.
A direita segue o mesmo caminho, com um pensamento pautado na figura do indivíduo e de suas respectivas liberdades, centrado na ideia de que a sociedade será melhor se as pessoas exercerem a sua ampla liberdade para tomarem decisões individuais. O pensamento ideológico defende o livre mercado (com um sistema econômico onde ocorre trocas comerciais sem a interferência do Estado) e valorização da propriedade privada, direito fundamental previsto na Constituição Federal de 1988.
Na variável de controle por religião, a maior porcentagem dos entrevistados se identifica com a direita, sendo: católica (24%); evangélicos/protestantes (37%); outras religiões (37%); ateu (15%); religioso, mas não segue nenhuma religião/Agnóstico (32%); Não sabia/Não queria responder (20%).
A pesquisa aponta que o maior número de eleitores que se identificam com a extrema direita é a Centro-Oeste (3%); de direita, também é a Centro-Oeste (35%); centro-direita é a Leste (12%); de centro, a Zona Centro-Sul (16%); de centro-esquerda, a Zona Norte (5%); de esquerda, é a Zona Sul (18%); de extrema esquerda, Leste e Sul ficam empatadas (1%), sendo que na Zona Centro-Oeste ninguém se identificou com uma posição política.
Considerando a escolaridade, a pesquisa identificou que a maior porcentagem (22%) de quem se identifica como extrema direita tem até o nível Fundamental (completo ou incompleto); entre os entrevistados que tem o Ensino Médio (completo ou incompleto), 28% se dizem de direita; 40% dos entrevistados que tem Ensino Superior (completou ou incompleto) se identificam como direita.
Polarização
A Perspectiva também pesquisou a intenção de votos para a Prefeitura de Manaus, uma eleição que ocorrerá em 2024, mostrando polarização entre três candidatos – o prefeito David Almeida (Avante), o deputado federal Amom Mandel (Cidadania) e o ex-superintendente da Zona Franca de Manaus, Alfredo Menezes – e um quarto nome que está surgindo para competir com os três favoritos, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), Roberto Cidade.
Na pergunta espontânea, “Em 2024, teremos eleições para prefeitos em todo o País. Em quem você pretende votar para prefeito de Manaus?” mostrou que o prefeito David Almeida (Avante) é o favorito, com 15%, indicando a possibilidade de reeleição. Amom Mandel ficou com 8,9%, e Alfredo Menezes com 1,5%. Roberto Cidade ocupa a quarta posição, com 1,4%.
Além desses nomes, ainda há intenções de votos para o ex-prefeito de Manaus Arthur Neto (0,4%); o deputado federal Capitão Alberto Neto (1%), do PL; o ex-deputado federal Marcelo Ramos (0,4%), do PSD; a deputada estadual Alessandra Campelo (0,3%), do Podemos; a defensora pública Carol Braz (0,2%); o deputado estadual Wilker Barreto (0%), do Cidadania; a secretária nacional de mulheres do PT, Anne Moura (0,3%); e o deputado estadual Felipe Souza (0%), do Patriota.
Já na estimulada, a pergunta “Desses nomes, gostaria que me dissesse em quem você votaria para prefeito se a eleição fosse realizada nos próximos dias“, David Almeida ficou com 31,5%; Amom Mandel obteve 27,1% das escolhas; Alberto Menezes (6,7%); Arthur Neto (3,9%); Capitão Alberto Neto (3,7%); Marcelo Ramos (2,7%); Alessandra Campelo (2%); Carol Braz (1,3%); Wilker Barreto (0,9%); Anne Moura (0,8%); Felipe Souza (0,4%).
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