Eron Bezerra lança pré-candidatura à Prefeitura de Manaus pela esquerda; saiba mais

Anuncio aconteceu durante entrevista ao Programa Boa Noite Amazônia (Reprodução/Internet)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – O ex-deputado estadual Eron Bezerra (PCdoB) afirmou, na noite dessa quinta-feira, 30, durante participação no Programa Boa Noite, Amazônia, da Rede Onda Digital, que será pré-candidato ao cargo de prefeito de Manaus, pela esquerda, para as próximas eleições, que ocorrem em 2024. Apresentado pelos jornalistas Paula Litaiff e Carlos Eduardo Pessoa, a entrevista também contou com a participação do ex-deputado Chico Preto (Avante).

Deixa eu aproveitar para dizer que eu sou pré-candidato a prefeito de Manaus, já que o Chico não quer ser candidato, eu sou pré-candidato pela esquerda“, anunciou o ex-deputado, que participava de um debate sobre o retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Brasil e os impactos na política. Bolsonaro estava ausente do País desde o fim do mandato, em 30 de dezembro, quando foi com comitiva a Orlando (EUA), onde esteve hospedado desde então.

Eron pontuou que sua pré-candidatura é importante, pois no momento ainda há polarização política no País, mesmo com a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas últimas eleições. “Entendo que a esquerda precisa ter um candidato. Nós não conseguimos fazer isso na eleição de 2022, por razões óbvias, boa parte da esquerda estava dentro do Governo Wilson Lima. Nós não conseguimos montar um palanque, mas eu sou pré-candidato da Frente Brasil Popular e evidentemente nós vamos debater lá e em todos os cantos“, destacou.

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Veja a entrevista:

(Reprodução/YouTube)

Polarização

A polarização política no País se intensificou a partir de 2016, com o impeachment da ex-presidente Dilma Rouseff, com a justificativa de que a então presidente havia cometido crime de responsabilidade por “pedaladas fiscais” e pela edição de decretos de abertura de crédito sem a autorização do Congresso.

A partir disso, ocorreu a ascensão de movimento e partidos políticos liberais e de direita, como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Partido Social Liberal (PSL), que criaram figuras símbolo da direita brasileira. A baixa popularidade dos partidos e políticos da esquerda após escândalos de corrupção ajudaram a fortalecer a oposição.

A direita liberal chegou em seu ponto mais alto nas eleições de 2018, com a prisão do ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva e a vitória de Jair Bolsonaro para o cargo de presidente do Brasil nas urnas e a tomada do Congresso e das Câmaras federais e estaduais por políticos liberais.

Amazonas

Mesmo com a prisão de Lula, em 2018, a polarização não foi deixada de lado no Amazonas. O então candidato à Presidência Jair Bolsonaro garantiu 50,27% dos votos nas urnas amazonenses no segundo turno das eleições, contra 49,73% dos votos dados ao petista, Fernando Haddad. Já em 2022, com o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva às urnas, o petista venceu no Amazonas com 51,10% dos votos, contra 48,90% de Bolsonaro.

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Protestos

Ao longo de quatro anos e passada a pandemia de Covid-19, a popularidade de Jair Bolsonaro despencou, resultando em uma derrota nas urnas contra Lula, em 2022. Apesar disso, a não eleição de Bolsonaro foi recebida com resistência por parte dos apoiadores, que organizaram protestos em frente a quartéis do Exército em todo o País por dois meses.

As manifestações começaram no dia 2 de novembro de 2022, dois dias após o resultado do segundo turno e duraram até o dia 9 de janeiro, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ordenou a retirada dos acampamentos após ataques movidos por apoiadores de Bolsonaro às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro.

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Perfil

Filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), desde a década de 1970, Eron foi deputado estadual em cinco mandatos consecutivos, entre os anos de 1991 e 2010, secretário Nacional de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis) e Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec) do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI).

Eron teve os direitos políticos suspensos por oito anos, após ter as contas referentes a sua gestão como secretário de Estado da Produção Rural, rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), por irregularidade insanável que configuram ato doloso de improbidade administrativa, em decisão definitiva e irrecorrível da Corte.

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