‘Menezes nunca foi conservador e nem é melhor opção ao Senado no AM’, diz liderança da direita, Sérgio Kruke

O candidato a deputado estadual Sérgio Kruke (PL-AM) alega sofrer ataques dentro do próprio grupo político (Reprodução/Redes Sociais)
Ana Pastana – Da Revista Cenarium

MANAUS – “Eu posso afirmar que o Menezes, em momento nenhum trabalhou pelas pautas da direita, ele não é conservador e nem de direita, teve apenas a sorte de ser amigo do presidente [Jair Bolsonaro] e foi inserido neste meio por nós”. A declaração é do candidato a deputado estadual Sérgio Kruke (PL-AM) que alega sofrer ataques dentro do próprio grupo político ao decidir não apoiar o candidato ao Senado pelo Amazonas, Coronel Alfredo Menezes, também do (PL-AM).

Na percepção de Kruke, Menezes não estaria preparado para assumir um cargo de tamanha importância e representatividade para o Estado e, por isso, despertou a insatisfação dos apoiadores do candidato braço direito do presidente da República no Estado. “Eles estão revoltados porque eu não aderi a campanha do Menezes, até porque eu entendo que ele não é a melhor opção para o cargo, no momento, e essa é a minha opinião”, afirma Sérgio.

Prints guardados por Sérgio Kruke (Reprodução/Arquivo Pessoal)

Ataques

Conforme Sérgio, desde o momento em que deixou claro o posicionamento perante a candidatura do colega de partido, os ataques, que já aconteciam durante a pré-campanha, normalmente, por cabos eleitorais, passou a ser endossada por pessoas mais próximas ao coronel, como a própria filha, Débora Menezes, que também é candidata a deputada estadual pelo PL-AM.

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De acordo com Kruke, a ação, que conta com ajuda de amigos e alguns líderes de movimentos da cidade, é realizada por meio das redes sociais e aplicativos de mensagens no intuito de prejudicar a imagem do candidato a deputado estadual, utilizando, dentre outras coisas, o processo judicial no qual ele afirma, inclusive, ter sido absolvido em 2016.

Em mensagens divulgadas em grupos, um dos integrantes do grupo acusa Kruke de ser espancador de mulher. (Reprodução/Redes Sociais)

Eles têm me chamado de estuprador, espancador de mulher e citam um processo que ocorreu após um episódio que, em resumo, envolvia a minha filha que estava comigo e minha ex-mulher que foi até meu apartamento buscá-la. À ocasião, não a deixei entrar no meu apartamento de madrugada e ela se sentiu no direito de ir à delegacia me acusar de tentativa de agressão; rolou o processo e fui absolvido, pois, de fato, não houve nada. Então, eles pegaram esse processo sigiloso, por ser uma questão de família e expuseram todo teor disso para tentar desmotivar as pessoas que são bolsonaristas a não votar em mim“, explica o líder do Movimento Conservador no Amazonas.

Prints guardados por Sérgio Kruke (Reprodução/Arquivo Pessoal)

“É comum receber críticas, principalmente, de cabos eleitorais, mas quando isso parte em forma de ataque de um candidato, aí a coisa fica mais séria, e a filha do Coronel Menezes usa um telefone que é registrado no nome dele, mas é sabidamente ela quem usa, e em uma dessas abordagens com números desconhecidos, creio que por um descuido, ela acabou fazendo o ataque do próprio telefone e temos print aqui para provar”, conta Sérgio.

Prints expostos na internet sobre processo sigiloso de Sérgio e a ex-esposa (Reprodução/Arquivo Pessoal)

Divisões e enfraquecimento

Além de Sérgio Kruke, Menezes também tem o “desapreço” do atual prefeito de Manaus, David Almeida (Avante). Em julho deste ano, o gestor municipal declarou durante uma entrevista à Rádio BandNews Manaus que não apoiaria o candidato ao senado pelo PL.

Almeida classificou o candidato bolsonarista como “inimigo de Manaus” e “carrasco”. À ocasião, o prefeito, assim como Kruke, disse que o ex-superintendente “não apresentava condições de ser eleito”.

Eu não sou obrigado a apoiar o inimigo de Manaus. Eu considero esse cidadão um inimigo da minha cidade. Eu posso não apoiá-lo, porém, eu vou alertar o povo de que esse candidato não tem condições de ser eleito. Porque elegendo um cidadão como esse nós estamos elegendo um carrasco que vai dar a sentença para todos nós”, salientou David Almeida.

Apesar de integrar o mesmo grupo, PL, União Brasil e Avante, Davi Almeida tem feito campanha publicamente para o parceiro de Avante, o ex-vereador Chico Preto. Neste mês de setembro, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) rejeitou o recurso de Chico Preto que questionava a decisão do tribunal por indeferir o seu registro de candidatura. Ele está impossibilitado de participar das eleições, mas afirmou que recorre da decisão.

Na análise de Sérgio, divisões e abordagens agressivas entre integrante do próprio partido enfraquece o movimento no Estado. “Essas ações causam muita divisão, e como a própria bíblia diz: um reino dividido não prospera. Eu já venho tentando unir os movimentos há muito tempo, conseguimos por um período, mas, agora, na eleição, a divisão voltou e creio que não será fácil reatar novamente. Continuarei fazendo a minha parte“, ressalta o postulante que revelou ter registrado Boletim de Ocorrência (B.O) e entrou com os procedimentos cabíveis nas esferas civil, criminal e eleitoral contra pai e filha.

Print do grupo de apoiadoras da candidata Débora Menezes (Reprodução/Arquivo Pessoal)

Posicionamento

Procurado pela REVISTA CENARIUM, e questionado sobre os episódios de ataques e o não apoio do colega de partido, Alfredo Menezes informou não saber do episódio, classificado por ele como “assuntos menores”. Menezes destacou, ainda, que a possibilidade de a filha ser eleita incomoda.

Não tenho acompanhado nenhuma notícia. Estou focado apenas na minha campanha. Disputo um cargo majoritário e não posso perder tempo com assuntos menores. Eu sempre tive uma postura de construção. Débora faz a campanha dela de forma independente da minha, talvez ela esteja incomodando de alguma forma, por ter chances reais de ser eleita no próximo domingo“, declarou o candidato ao Senado.

Também procurada pela REVISTA CENARIUM, via whatasapp e ligação por meio do fone (092) 9**** – 6160, a candidata a deputada estadual, Débora Menezes, não deu retorno sobre a pauta até a publicação desta matéria.

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