‘Não posso permitir uso político’, diz governador do AM sobre greve dos professores

Governador do Amazonas em reunião na sede do governo (Marcela Leiros/Revista Cenarium)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), apresentou na manhã desta quinta-feira, 1º, balanço das negociações para encerrar a greve dos servidores da educação no Estado, que já dura 16 dias. Em coletiva à imprensa, Wilson falou sobre o envolvimento político na greve dos professores, após o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam) ter recusado as propostas do Estado.

O governador anunciou, na reunião realizada na sede do Governo do Amazonas, no bairro Compensa, zona Oeste de Manaus, reajustes à categoria. Wilson afirmou, ainda, sem citar nomes, que alguns dirigentes da greve são envolvidos em questões político-partidárias e visam, com a paralisação, promover suas imagens na mídia.

“Não é justo que isso continue acontecendo no Estado do Amazonas. Esse tipo de coisa eu não vou permitir que aconteça, que faça uso político de um movimento de gente que se diz representante dos professores e que tenta usar os profissionais da educação de massa de manobra”, disse ele, lembrando que os alunos já foram prejudicados na época da pandemia de Covid.

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“A gente não pode prejudicar os alunos depois de um processo duro que a gente teve de pandemia, em que eles tiveram que ficar fora da sala de aula, de crianças que vão para escola em busca da primeira refeição do dia, de pais que trabalham e confiam na escola de tempo integral para deixar a criança, para que eles possam ter tranquilidade para irem ao trabalho”, acrescentou.

O senador pelo Amazonas Eduardo Braga (MDB), adversário político derrotado no segundo turno nas eleições de 2022 pelo governador Wilson Lima, publicou nas redes sociais uma imagem ao lado de representantes do Comando de Greve da rede estadual de ensino.

O encontro, segundo o parlamentar, ocorreu no sábado, 27. “Conversamos sobre os prejuízos econômicos que a categoria acumula e a baixa qualidade na educação no Amazonas”, escreveu o senador na legenda da foto.

Publicação do senador Eduardo Braga. (Reprodução/Instagram)

Outro político que publicou imagens com representantes da greve foi o deputado federal Sidney Leite (PSD). Em um vídeo compartilhado na rede social Instagram, o parlamentar aparece ao lado da presidente do Sinteam, Ana Cristina Rodrigues, em visita à sede do sindicato.

Veja vídeo:
(Reprodução/Instagram)

A paralisação dos profissionais da rede pública de educação do Amazonas é considerada ilegal, já que foi deflagrada após decisão do desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Domingos Chalub, que determinou a suspensão do indicativo de greve. A paralisação iniciou em 17 de maio e a decisão do magistrado é do dia 15 do mesmo mês.

Reajuste

O governador anunciou o reajuste de 8% da data-base referente a 2022, retroativo ao mês de março; além de aumento de 18,42% no auxílio transporte; progressão vertical a 2.225 professores e pedagogos da rede estadual de ensino; e contratação imediata de professores selecionados por meio do Processo Seletivo Simplificado (PSS) que estão em cadastro reserva na Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

Wilson Lima também prometeu encaminhar à Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) dois Projetos de Lei (PL) para concessão de Regime Complementar para secretários escolares e coordenadores distritais.

Reunião na sede do Governo do Amazonas (Marcela Leiros/Revista Cenarium)

Com o reajuste da data-base, o piso salarial dos professores de jornada de 40 horas sairá de R$ 4.749,22 para R$ 5.129,16, a partir de outubro deste ano. O valor pago, no Amazonas, ficará 6,03% maior que o piso pago no País.

Para o professor em início de carreira, que recebe, atualmente, R$ 5.416,42, a remuneração será elevada para R$ 5.827,16.

Veja o que foi anunciado:
  • Reajuste de 8% da data-base referente a 2022, retroativo ao mês de março;
  • Aumento de 18,42% do auxílio transporte dos servidores da educação, saindo de R$ 167,20 para R$ 198;
  • Encaminhar para a Aleam dois projetos de lei (PLs) para concessão de Regime Complementar para secretários escolares e coordenadores distritais;
  • Progressão vertical a 2.225 professores e pedagogos da rede estadual de ensino;
  • Contratação imediata de professores selecionados por meio do PSS que estão em cadastro reserva na Seduc;
  • Lançamento, até segunda-feira, 5, de novo PSS emergencial para contratação de novos profissionais.

O Sinteam convocou uma coletiva de imprensa a ser realizada na tarde desta quinta-feira, 1º, na sede do sindicato, localizado no Centro da capital, zona Sul de Manaus, para prestar esclarecimentos sobre a greve dos trabalhadores em educação e sobre pronunciamento do governador Wilson Lima.

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