União Brasil sela paz com Moro enquanto Lula e Bolsonaro atraem mais aliados

Enquanto os olhos do mundo político estavam voltados para o 'vai e vem' de Doria e a desistência de Moro, 42 movimentos sociais, populares e sindicais se reuniam para definir estratégias para a campanha de Lula (Arte: Isabelle Chaves/Cenarium)

A volta dos que não foram

Um verdadeiro terremoto político abalou as hostes de dois dos principais partidos que buscam se consolidar como a chamada “terceira via”. No apagar das luzes da janela partidária, o pré-candidato do PSDB à Presidência, João Doria, entre anúncios de desistência de sua candidatura e a articulação de adversários para viabilizar o gaúcho Eduardo Leite, optou por permanecer na disputa ao Planalto. No União Brasil, o ‘racha’ no partido se deu porque a ala oriunda do DEM não topa o ex-ministro Sergio Moro como candidato à Presidência. Capitaneada pelo pré-candidato ao governo da Bahia, ACM Neto, a ala chegou a anunciar um pedido de impugnação da filiação do ex-juiz, mas na última hora refugou.

Nota pacificadora

Um texto assinado por Luciano Bivar, ACM Neto e Antônio Rueda, presidente do União, em São Paulo, em que a cúpula exalta as qualidades de Moro e diz que a filiação dele ao partido “tem como objetivo a construção de um projeto político-partidário em São Paulo”, selou a paz entre parte da cúpula da legenda, ao menos por enquanto. Já sobre Moro, que segundo nota distribuída pela legenda teria aberto mão de sua candidatura à Presidência, horas depois, havia feito pronunciamento dizendo que não havia “desistido de nada”. Apesar de pacificadora, a nova nota do União deixa claro que o partido o quer num “projeto para SP”, e tudo leva a crer que o destino de Moro será mesmo ser uma candidatura ao Senado.

Pico de inflação

Não há pacote de bondades que faça sombra à inflação de dois dígitos, que alcançou 10,54% no período de doze meses até fevereiro. Resolução recente aumenta em 10,89% o preço dos remédios. Nos supermercados, no pagamento de contas, ao encher o tanque dos seus carros ou pegar o transporte coletivo, o eleitor sente o peso da inflação e a sensação do dinheiro encolhendo no bolso. O Banco Central avisa que o pico da inflação será neste mês. Pesquisa do Datafolha mostrou que o pessimismo sobre a economia segue prevalecendo, e que 24% dos entrevistados disseram que a comida que tem em casa é insuficiente.

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Reajuste e funcionalismo

Para conter o desgaste que a inflação traz à sua imagem, o presidente Jair Bolsonaro mantém viva a promessa de reajuste de algumas carreiras do funcionalismo. Isso anima os dirigentes sindicais do Banco Central e do Tesouro, em greve, porque afasta o risco de fracasso da mobilização pela recomposição das perdas salariais. Apostam no cumprimento do acordo com Bolsonaro. Enquanto durar a especulação sobre o privilégio prometido aos policiais federais, deve crescer, no funcionalismo, o apoio ao presidente e o número de servidores engajados por aumentos, que devem se espalhar à Receita Federal, fiscais agropecuários, CVM, TCU, Judiciário, entre outras carreiras de Estado.

Lula com movimentos sociais

Enquanto os olhos do mundo político estavam voltados para o ‘vai e vem’ de Doria e a desistência de Moro, 42 movimentos sociais, populares e sindicais se reuniam em São Paulo para definir a estratégia de participação na campanha de Lula. Eles prometem entregar ao petista um documento com 10 itens, sem a pretensão de que sejam incluídos no programa de governo. Em outra frente, os líderes dos movimentos discutem formas de participar da campanha de Lula. Entre os participantes estavam CMP, MST, MTST, UNE e Marcha Mundial das Mulheres e outros.

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