Odenildo Sena

Odenildo Sena é linguista, com mestrado e doutorado em Linguística Aplicada e tem interesses nas áreas do discurso e da produção escrita.

VELHA MANIA DE LEITOR

Dediquei-me por muito tempo aos estudos da Análise de Discurso. Isso se deu, principalmente, durante a última fase da minha carreira na Universidade Federal do Amazonas, até a aposentadoria em 2012. Depois disso, cansei da vida acadêmica. Alforriei-me do bendito Lattes. E mudei meu foco de interesse: pre

CONTINUAR LENDO
Cenas de um diálogo de afetos

Parecia assim um encontro programado. Como se tivessem carinhosamente trocado mensagens por um desses modernos aplicativos de celular e combinado estação do ano, dia, horário, lugar e, inclusive, coreografia de gestos demonstrativos da mais profunda paixão. A princípio, por achar a cena trivial, não de

CONTINUAR LENDO
Lamentos sobre um texto rebelde

Foi durante o café da manhã. Entre torradas, ovo cozido, café com leite e um iogurte desnatado, desses que não têm gosto de nada, desfiei um rosário de lamúrias a minha mulher. Com as palavras entremeadas de revolta e o sentimento abalado por uma pesada frustração, contei-lhe sobre a amargura que vi

CONTINUAR LENDO
O ÚLTIMO BIRIBÁ

Tinha crescido ali, bem em frente à janela que dava para o quintal da velha casa. Ninguém sabia dizer se tinha sido plantado ou se nascera ao Deus-dará, como os pés de chicória e de urtiga que, sem quê nem para quê, da noite para o dia ganhavam vida rente à cerca do quintal. Na verdade, não se sabia

CONTINUAR LENDO
A solidão da escrita

     Acho que não acontece com muita gente. Mas no meu caso não tenho como esconder. A princípio achava que era só um caso de timidez que me roubava a coragem, o fôlego e as palavras. Se alguém se aproximasse de mim durante a feitura de um texto, seja ele qual fosse, a caneta travav

CONTINUAR LENDO
Conversas com passarinhos

     Aposto que sim. Há tempos eles já deveriam se exibir todos os dias naquele mesmo lugar. Eu é que ainda não os havia notado. Sem nos darmos conta, a vida nos impõe rigorosas rotinas diárias. Assim como se fôssemos animais domesticados para cumprir apenas determinadas tarefas. V

CONTINUAR LENDO
Discurso & fotografia

Odenildo Sena*

A primeira vez que me vi em um daqueles antigos laboratórios de fotografia fiquei maravilhado! Na quase escuridão do ambiente, os suaves movimentos do papel fotográfico, em contato com a solução reveladora, operavam diante dos meus olhos ansiosos o milagre de fazer surgir, de forma le

CONTINUAR LENDO
Aprendendo com a aprendizagem de Clarice

Na minha já longa vida de leitor, não me lembro de ter lido e relido tantas vezes um livro quanto “Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres”, de Clarice Lispector. Até onde consigo esticar a memória, penso mesmo que foi meu primeiro encontro com ela. E logo resultou numa admiração inabalável pelos

CONTINUAR LENDO
Os diferentes mundos do escritor e do leitor

É sempre temerário dar asas a conflitos de opinião depois da leitura de um romance, de um conto ou mesmo de uma crônica. De igual modo, não deixa de ser temerário, talvez mais temerário ainda, um escritor entrar em conflito com as livres interpretações de seus textos pelos leitores. E aqui, para dei

CONTINUAR LENDO
O misterioso vírus da leitura

Deu-se que naquele dia a Banca do Largo amanheceu cercada de gente por todos os lados. Jovens, velhos, crianças e adultos pareciam de lá não arredar o pé. Alguns tinham chegado antes mesmo dos primeiros clarões do sol de verão reverberarem na cúpula do Teatro Amazonas. De longe, ao avistar a banca sit

CONTINUAR LENDO
VOLTAR PARA O TOPO