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Em RO, polícia identifica participantes de bloqueios e manifestações contra as urnas
A CENARIUM acompanhou as manifestações realizadas em Rondônia e mostrou a violência e o terror sofridos por passageiros, motoristas e até jornalistas nas rodovias bloqueadas (Maison Bertoncello/CENARIUM)
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14 de fevereiro de 2023
Iury Lima – Da Revista Cenarium
VILHENA (RO) – A Polícia Federal (PF) identificou suspeitos de liderarem bloqueios em rodovias federais de Rondônia, logo após o resultado das Eleições 2022, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para um terceiro mandato como presidente da República, e de participarem de manifestações consideradas antidemocráticas.
Segundo a polícia, as “diversas lideranças” foram responsáveis pela interdição da BR-364, entre outubro e novembro do ano passado, na altura do município de Ariquemes, a 202 quilômetros de Porto Velho. Os suspeitos também podem ter sido responsáveis pelo rompimento de uma tubulação de abastecimento hídrico do município, que afetou seis bairros, além do incêndio criminoso de um caminhão, como parte dos atos de vandalismo.
A PF cumpriu dez mandados de busca e apreensão nesta terça-feira, 14, em seis cidades: Ariquemes, Vilhena, Ouro Preto do Oeste, Jaru, Buritis e Cujubim. A Justiça ainda proibiu a participação dos investigados em novas manifestações golpistas e de manterem contato entre si. Até agora, os agentes federais apreenderam quatro armas de fogo e prenderam uma pessoa em flagrante.
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Terror e violência nas estradas
A REVISTA CENARIUM acompanhou as manifestações realizadas em Rondônia, que contestavam o resultado das urnas, e mostrou a violência e o terror sofridos por passageiros, motoristas e até jornalistas nas rodovias bloqueadas.
Em novembro, eleitores de extrema-direita, inconformados com a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ameaçaram apedrejar um ônibus na cidade de Ariquemes, caso o motorista furasse o bloqueio. Entre os passageiros, havia uma mulher que precisava chegar à capital de Rondônia para seguir com um tratamento cardiológico. Ela implorou pela liberação, que foi negada.
Outra ocupante do veículo, que pediu para ter a identidade protegida, deu detalhes à CENARIUM sobre os momentos de pânico.
“O sentimento é de temor, porque não sabemos o que se passa na mente do ser humano e até que ponto ele pode chegar, se pode ferir ou machucar alguém. A gente se sente totalmente vulnerável. O que queríamos era apenas seguir viagem (…) É um radicalismo sem sentido. A gente não sabe quem financia essas paralisações, quem está por trás disso tudo”, disse em entrevista, à época.
Poucos dias antes, profissionais da imprensa da capital Porto Velho e do interior do Estado tinham sido impedidos de realizarem o trabalho de cobertura das manifestações. Foram hostilizados, chamados de “lixo” e de “petistas”. As equipes de reportagem também foram ameaçadas de linchamento público e foram obrigadas a sair dos trechos de rodovias bloqueados.
A polícia não revelou as identidades dos suspeitos apontados como líderes do movimento, mas afirma que, se condenados, podem ficar presos por mais de 30 anos.
Os investigados devem responder pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, incitação ao crime, atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública e associação criminosa.
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