Diversidade: Relembre matérias que se destacaram ao longo de 2021 quebrando tabus e preconceitos

As pautas LGBTQIA+ abrem a 'retrospectiva' da editoria (Arte Isabelle Chaves/CENARIUM)

Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS — Com a missão de trabalhar assuntos considerados tabus na sociedade e desmistificar preconceitos sobre eles, a CENARIUM lançou, no dia 20 de janeiro deste ano, a editoria ‘Diversidade’, emplacando uma nova seara no jornalismo local, promovendo a pluralidade no editorial jornalístico. Com quase um ano de existência, a revista listou uma série de matérias que se destacaram ao abordar de forma técnica, leve e didática, assuntos relacionados à igualdade de gênero, cultura, religião e beleza no contexto amazônico.

As pautas LGBTQIA+ abrem a ‘retrospectiva’ da editoria. Foram inúmeras matérias abordando o tema, as reivindicações, as lutas, ânsias, avanços, celebrações e todos os mais diversos pontos que envolvem a comunidade foram destacados em cada material publicado. Para relembrar alguns exemplos ou ler pela primeira vez, caso não tenha acompanhado as publicações, basta clicar no link.

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Subnotificação invisibiliza combate à violência contra comunidade trans, dizem especialistas:  Especialistas em segurança pública e membros de associações voltadas à comunidade Trans apontam que a subnotificação de crimes invisibiliza o combate à violência contra travestis e transexuais. Cerca de 80 pessoas foram mortas no primeiro trimestre no Brasil, que ainda se mantém como o País que mais mata pessoas trans no planeta, os dados são do levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).

‘Precisam de oportunidades’, diz empresária sobre contratar LGBTQIA+: “Os Lgbts têm o meu coração. Você pode pedir o que for que eles lhe atendem, espero que os grandes empresários abram as portas pra eles também”. A frase é da empreendedora manauara Zulma Diniz, de 25 anos, que repercutiu na internet. Em vídeo postado na rede social da florista fala da importância do acolhimento e oportunidade do mercado de trabalho para pessoas LGBTQIA+.

‘Meu orgulho é ter 28 anos e estar viva’, afirma trans, no Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+: No dia 28 de junho, o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ é mundialmente comemorado e marca as lutas políticas pelos direitos civis da comunidade, reconhecimento, respeito à diversidade e orgulho de ser quem é sem medo e constrangimentos. Neste dia em especial, a CENARIUM reuniu falas de algumas pessoas da comunidade LGBTQIA+ que compartilharam conosco o motivo do orgulho, que carregam consigo não só no mês de junho, mas durante toda uma vida.

Pajubá: veja significados do dialeto LGBTQIA+ que se perpetuam na comunicação virtual: O pajubá é conhecido como o dialeto da comunidade LGBTQIA+, uma linguagem que reúne apropriações linguísticas muito usadas até mesmo por quem não faz parte da comunidade colorida. Palavras como “Nhaí”, “Mona”, “yag”, deixe de “equê” estão inclusas no dicionário gay.

No entanto, parte desses termos tem origem nos grupos étnico-linguísticos africanos, iorubá e nagô. Atualmente, são falados abertamente, mas nem sempre foi assim, nos tempos da ditadura civil-militar de 1964, a linguagem era usada para enfrentar repressões policiais ou até mesmo se referir a uma presença indesejada no local.

Veja mais matérias que abordam o tema LGBTQIA+ na Revista Cenarium (Reprodução/ Alto Astral)

‘A celebração do nosso casamento foi um ato de resistência’, diz gastróloga sobre união com esposa em igreja batista: “Ficamos muito felizes em recebermos essas energias positivas com muito carinho e amor. Sinto que, de certa forma, a celebração do nosso casamento também foi um ato de resistência”. A declaração é da gastróloga Tuane Alves, recém-casada com a representante de atendimento Érika Ribeiro, ambas de 29 anos, em cerimônia realizada no último dia 4 de dezembro, em Maceió, Alagoas. O casamento realizado pela pastora e teóloga Odja Barros, da Igreja Batista, tem repercutido nas redes sociais por ser uma das primeiras celebrações de união entre pessoas do mesmo sexo conduzida por pastor batista.

Após ataque a casal homoafetivo, coletivo do AM reforça criação de Conselho Estadual LGBTQIA+: Após um ataque ao casal Emanuel Medeiros Marinho de Almeida e Jonas Nogueira Júnior durante a madrugada do dia 12 de setembro, a Associação Manifesta LGBT+ de Manaus pediu, em coletiva de imprensa realizada em frente ao prédio da Delegacia Geral de Polícia Civil (DGPC), no bairro Dom Pedro, zona Centro-Oeste, a homologação do Conselho Estadual LGBTQIA+.

De acordo com a presidente da Associação LGBT+, Karen Arruda, a iniciativa que deve partir do Governo do Amazonas pode desenvolver políticas públicas a fim de evitar novos ataques homofóbicos. “Estamos pedindo, enquanto associação, um posicionamento do governo, porque há alguns anos vem prometendo um conselho. Muitas coisas já foram feitas, falta apenas homologar”, comentou inicialmente.

Saúde mental da população LGBTQIA+ sofreu piora na pandemia, aponta estudo: A saúde mental da população LGBTQIA+ sofreu piora na pandemia, é o que aponta a pesquisa ‘Diagnóstico LGBT+ na pandemia’, divulgada e realizada pelo coletivo #VoteLGBT, com ajuda da Box1824, no fim de junho. O estudo apontou que 55,1% da população teve uma piora na saúde mental, um aumento de 8% em relação a mesma pesquisa de 2020, quando o índice era de 47%.

Dez anos de casamento homoafetivo: aceitação e sonhos contam histórias dos dados no Brasil:  Um levantamento divulgado pela Associação dos Notários e Registradores do Estado do Amazonas (Anoreg/AM), no mês de maio, mostra que em dez anos de reconhecimento das uniões homoafetivas, 580 uniões foram celebradas no Estado. O momento de assinar os papéis entre casais do mesmo sexo é especial e vai muito além do sim, para lésbicas e gays o momento quebra barreiras e preconceitos. O levantamento foi feito pela Anoreg no período de 5 de maio de 2011 a 5 de maio de 2021.

 As servidoras públicas Marília Freire e a esposa que prefere não se identificar, fazem parte dos casais inclusos na estatística. Casadas desde outubro de 2018, as duas realizaram um sonho que, para a maioria dos casais homoafetivos parece a conquista de um momento muito distante. “Eu sempre quis me casar, mas nem sempre coincidiu de esse desejo ser compartilhado pelas mulheres com quem eu me relacionei. Entre nós mesmos há os que têm preconceito e acham essa ‘etapa’ dispensável”, conta Marília.

(Reprodução/ Internet)

Artistas que se assumem LGBTQIA+ abrem espaço para o debate sobre a diversidade: Ao longo dos últimos três anos, diversos artistas abordaram e adotaram de maneira mais intensa e aberta a pauta LGBTQIA+, seja como aliados dos direitos da comunidade, ou em defesa de alguém que sofreu um constrangimento desencadeado pelo preconceito. Na esteira desses acontecimentos, vários nomes conhecidos nas mídias também resolveram assumir publicamente relacionamentos com pessoas do mesmo sexo ou expor com mais detalhes alguns pontos que envolvem a temática da sexualidade e gênero.

Iniciativas consideradas importantes, pois promovem a representatividade e a diversidade em um país onde nem sempre é possível ser quem se é de forma segura e digna. Uma vez que, somente no ano passado, 237 pessoas LGBT foram vítimas de mortes violentas, segundo consta no relatório do Observatório de Mortes Violentas no Brasil.

‘Proibir é negar o debate’, diz ativista sobre projeto contra banheiros multigênero em Manaus: Após a repercussão nacional do caso de banheiros multigêneros em uma unidade do McDonald’s, em Bauru, no interior de São Paulo, um Projeto de Lei (PL) apresentado na Câmara Municipal de Manaus (CMM) nessa quarta-feira, 17, quer proibir em estabelecimentos públicos e privados na capital amazonense a instalação e o uso de banheiros multigêneros — ou seja, aqueles que podem ser usados por qualquer pessoa.

‘Monauaras’: time LGBTQIA+ promove diversidade no futebol amazonense: com o objetivo de apoiar a inclusão, promover a diversidade e incentivar a prática esportiva, uma turma de amigos, moradores do bairro Cidade Nova, zona Norte da capital amazonense, fundaram o ‘Monauaras Futebol Clube’, time de integrantes LGBTQIA+ com uma comissão técnica composta por seis pessoas e mais 24 atletas, o clube utiliza o esporte como ferramenta para quebrar tabus.

Comentários de jogador de vôlei levantam debate sobre liberdade de expressão e discurso de ódio contra LGBTQIA+: Nas últimas duas semana de outubro, o agora ex-jogador de vôlei do Minas Tênis Club Maurício Souza causou polêmica nas redes sociais após publicar uma série de posts com críticas sobre temas que envolvem gênero e orientação sexual. As publicações defendidas por ele como liberdade de expressão não agradaram a maioria do público e seguidores do ex-jogador que alegaram “homofobia disfarçada de opinião”. A CENARIUM conversou com especialistas sobre qual o limite entre liberdade de expressão e discurso de ódio.

Bissexualidade: preconceitos, diferenciações e invisibilidade. Instituído por ativistas dos direitos bissexuais dos Estado Unidos em 1999, o dia 23 de setembro celebra o Dia da Visibilidade Bissexual. Michael Page, Wendy Curry e Gigi Raven Wilbur criaram a data para dar visibilidade à comunidade reconhecendo as lutas e história das pessoas bi que integram a população LGBTQIA+.

Semana da Visibilidade Lésbica: conheça lutas e o cotidiano de mulheres LGBTQIA+ por meio da literatura: No dia 29 de agosto, é comemorado o ‘Dia Nacional da Visibilidade Lésbica’, data escolhida por ativistas brasileiras com o objetivo de denunciar as constantes violências psicológicas, emocionais e físicas sofridas por mulheres lésbicas na sociedade. Além disso, a data, celebrada durante toda a semana, contribui para a não invisibilidade e apagamento da história de mulheres LGBTQIA+.

Para ressaltar a ‘Visibilidade Lésbica’, a CENARIUM traz algumas dicas literárias com temáticas e enredos que remetem o leitor a realidade dessas mulheres que enfrentam situações adversas dobradas por conta da orientação sexual. Clique no link e confira as dicas!

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