Retrospectiva Diversidade: beleza e sexualidade integram lista de matérias que promoveram quebra de tabus em 2021

Terceira reportagem da série "Retrospectiva Diveridade" destaca matérias com temas relacionados a beleza e sexualidade. (Arte: Catarine Hak e Isabelle Chaves/Cenarium)

Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS — Na terceira publicação da série ‘Retrospectiva Diversidade’, a CENARIUM lista matérias que abordaram os temas belezas e sexualidade ao longo de 2021. Comportamentos sociais, padrões, quebra de imposições, empoderamento feminino, pobreza menstrual, beleza afro e indígena foram apenas algumas das inúmeras matérias produzidas de forma técnica, leve e didática. Para ter acesso ao conteúdo completo, acesse os links disponíveis.

Beleza Diversa

Especialistas analisam consequências do culto à beleza em tempos de redes sociais: Likes, compartilhamentos, comentários e selfies, ferramentas necessárias para compor um perfil esteticamente bonito e sedutor nas redes sociais. Especialistas entrevistados pela REVISTA CENARIUM detalham as distorções causadas pela comum e incessante busca pelo corpo perfeito e os exageros para se encaixar no conceito de ‘belo’.

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Pintar unhas: hábito resiste ao tempo e expressa muito mais que vaidade:  O hábito de pintar as unhas não é algo novo e o embelezamento remete aos tempos que antecedem a era cristã, com relatos de 3.500 a.C. Naquela época, as mulheres já apresentavam o costume em colorir essas pequenas ‘lâminas de queratinas’ das pontas dos dedos. A prática que perdura gerações é considerada por aqueles que estudam o comportamento humano muito mais que uma simples vaidade.

Mulheres empoderadas combatem o preconceito e a gordofobia. Aversão ou discriminação contra pessoas acima do peso. Assim é definida a gordofobia, preconceito sentido na pele por muitos indivíduos gordos em todo o mundo, por não alcançarem um padrão de beleza pré-determinado socialmente. Porém, algumas mulheres acima do peso decidiram superar essa limitação e aceitar a si mesmas com orgulho. 

Batom vermelho: beleza, história e poder ao pintar os lábios. Ele é polêmico, sexy, marcante e nada discreto. Item presente em praticamente toda bolsinha de maquiagem das mulheres, o famoso batom vermelho é bem mais que um simples recurso de beleza para pintar os lábios, pois com o passar do tempo se tornou um dos principais símbolos de empoderamento feminino. Mas ele nem sempre foi bem-visto e possui inúmeros significados e histórias desde sua criação até os dias de hoje.  

Diversas mulheres acima do peso decidiram superar essa limitação e aceitar a si mesmas com orgulho (Reprodução/ Pinterest)

Tranças: veja mitos e verdades do símbolo de resistência ‘queridinho’ das afros e cacheadas. Elas chamam atenção, são práticas, cheias de estilo e trazem consigo parte da identidade, história e cultura do povo afro. Por essa razão, a CENARIUM reuniu mitos e verdades sobre o penteado ‘queridinho’ das afros e cacheadas, estamos falando sobre as tranças ou as chamadas box braids – traduzido do inglês, tranças em caixa — são um tipo de trança de cabelo predominantemente popular entre os negros. E, apesar de existir há séculos, o visual está ganhando mais adeptas e tem ficado cada vez mais popular.

‘Sou filha de um povo guerreiro, nasci preparada pra tudo’, diz Mari Wapichana, candidata ao Miss Indígena Brasil. Vencedora do primeiro concurso de beleza voltado a mulheres indígenas — o Miss Indígena de Roraima, realizado em setembro deste ano — Mari Williams agora se prepara para disputar o Miss Indígena Brasil, previsto para acontecer em março de 2022, ainda sem local definido. Com 18 anos e pertencente à etnia Wapichana, a jovem se diz ansiosa para sentir, mais uma vez, as emoções vividas durante a disputa pelo título que, para ela, vai muito além da valorização da beleza.

Designer nortista prepara coleção sobre 23 povos indígenas para ‘Brasil Eco Fashion Week’.  A amazonense designer de moda Sioduhi Piratapuya, de 25 anos, da etnia Piratapuya, com uma nova coleção de roupas sobre resistência milenar dos 23 povos indígenas do Alto Rio Negro, no interior do Estado, lançada em setembro deste ano. Pela primeira vez, teve as peças de moda que foram exibidas no Brasil Eco Fashion Week 2021, um dos eventos mais importantes da moda no Brasil e no mundo.

Sexualidade e tabus

Dia do Orgasmo: veja curiosidades e benefícios para ‘desfrutar’ do prazer. O dia 31 de julho é a data escolhida para celebrar um dos maiores momentos de prazer sexual do ser humano, o orgasmo. Para registrar a data, a CENARIUM conversou com uma psicóloga e sexóloga para saber os benefícios que o orgasmo pode proporcionar à saúde e ao bem-estar, além de explorar curiosidades sobre o tema. De acordo com a sexóloga Neyla Siqueira, a comemoração é válida, pois coloca em pauta um assunto que naturalmente faz parte da vida.

‘Sexo na terceira idade é natural, faz bem e não precisa ser tabu’, afirma especialista. Praticar regularmente a atividade sexual na terceira idade traz inúmeros benefícios à saúde. Uma vida sexual saudável é, inclusive, recomendada por médicos e especialistas. Por isso, a psicóloga e sexóloga Neyla Siqueira afirma que, apesar disso, o assunto ainda costuma ser tabu e encontra mais barreiras quando se trata de idosos.

O ensaio fotográfico foi feito pelo britânico Rankin e mostra idosos envolvidos em atmosfera sexual (Reprodução/ Rankin)

A sexóloga destaca que ainda há um grande pudor sobre o sexo na terceira idade, e que apesar dos preconceitos, a sexualidade não envelhece. “A sexualidade nos acompanha desde o útero até a morte, todos temos direitos sexuais. O sexo na terceira pode e deve ser prazeroso, não dá para entendermos que idoso é feito para cuidar de neto, jogar bingo e fazer crochê”, defende Neyla.

Dez caminhos para o orgasmo: especialista dá dicas sobre o prazer feminino. Em pleno século 21, chegar ao orgasmo ainda é um dos maiores desafios na vida íntima feminina, pois 55% das mulheres não atingiram o ápice do prazer durante o sexo, conforme pesquisa divulgada em julho de 2020 pela Universidade de São Paulo (USP). Por essa razão, a psicóloga e sexóloga Neyla Siqueira faz uma análise com dez dicas para ‘chegar lá’.

Pobreza menstrual: realidade que invisibiliza 213 mil jovens brasileiras. A Pesquisa Nacional da Saúde Escolar (Pense) revela que 213 mil garotas são afetadas pelo não acesso aos produtos de higiene básica no período menstrual. A exclusão social provocada pelo fenômeno resulta na evasão escolar, atrapalha o desempenho e a carreira de jovens estudantes, dificultando até mesmo os afazeres do cotidiano, de acordo com o levantamento publicado em novembro de 2020, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outra realidade apresentada pelo Pense ressalta que 65% das estudantes seriam negras. Os números são da última amostragem divulgada no dia 8 de março deste ano, pela ONG Girl UP, onde comprova que 30 milhões de mulheres menstruam no Brasil.

 

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